Anjos de fuzil:uma etnografia das relações entre igreja e tráfico na Cidade de Deus
Ano de defesa: | 2015 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15519 |
Resumo: | Esta tese aborda o tema das trajetórias de vida e das modificações de si a partir dos processos de transformação ocorridos, nas últimas décadas, nas favelas cariocas, focando-se na relação entre evangélicos e traficantes de droga. Com base em uma etnografia de quase dois anos na Cidade de Deus, defendo que a religião e o tráfico se apresentam sob a modalidade de formas de vida que se emaranham e se transformam mutuamente. Apresento, em três escalas distintas, as mudanças oriundas deste fenômeno, partindo de um quadro macroscópio aprofundando até a escala individual. Em um primeiro momento, exponho o fortalecimento do tráfico de drogas e o crescimento evangélico nos territórios pobres e periféricos do país, de modo geral, e do Rio de Janeiro, em particular, do qual a Cidade de Deus é um caso emblemático. Na segunda parte, detalho tal transformação a partir da narrativa de ex-traficantes de alta hierarquia, hoje crentes. Na terceira parte, trabalho, de modo pormenorizado, a trajetória de um único indivíduo, ex-traficante e ex-viciado em crack, que transitou entre a igreja e o tráfico ao longo do trabalho de campo. Nessa última parte, desenvolvo o que chamo de sociologia dos problemas íntimos, isto é, uma metodologia que visa apreender os atores através de seus problemas. Argumento, por fim, que essa análise dos processos de transformação, nas três aludidas escalas, me permite reelaborar o conceito de conversão para além de um 'conceito nativo' religioso e da narrativa clássica da conversão. |