Entre o fogo cruzado e o campo minado: uma etnografia do processo de pacificação de favelas cariocas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Menezes, Palloma Valle
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15515
Resumo: No final de 2008, uma nova forma de policiamento em favelas cariocas alterou profundamente a rotina e a sociabilidade dos seus moradores. Essa modalidade de policiamento foi chamada de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O objetivo central dessa tese é analisar os impactos e as consequências que esse projeto teve sobre a vida dos moradores dos territórios pacificados . Baseado em um trabalho de campo de quase quatro anos nas primeiras favelas pacificadas , a saber, Santa Marta e Cidade de Deus, eu tomo UPP como um objeto problemático permanentemente investigado por aqueles que foram por ela afetados diretamente. Essa tese é, nesse sentido, uma investigação que incide sobre as investigações daqueles que viveram a UPP como problema. Como conclusão, sustento que um dos principais impactos da implementação das UPPs foi uma mudança na fenomenologia do habitar da favela, mudança essa que se deu sobretudo pela emergência do que chamo de regime de campo minado . A partir disso, sustento que o ambiente dessas favelas após a pacificação passou a ser caracterizado pela coabitação, com oscilações intensivas e arranjos criativos, entre a antiga lógica do fogo cruzado , baseada no medo constante dos tiroteios, e a lógica do campo minado , baseada no monitoramento constante do ambiente e no medo de possíveis contaminações , geradas pelo contato entre moradores, policiais e traficantes que agora dividem o mesmo território 24 horas por dia.