A paleoictiofauna da Formação Marizal (Bacia de Tucano, Cretáceo Inferior do Nordeste do Brasil): nova interpretação paleoambiental e reavaliação das bacias marginais brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nascimento, Beatriz Miguez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21907
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo revisar a validade das espécies de Actinopterygii encontradas no Cretáceo Inferior da Formação Marizal, Bacia de Tucano, apresentando uma diagnose emendada para cada espécie e uma nova interpretação paleoambiental, comparando a ictiofauna analisada com outras ictiofaunas da parte oeste do Gondwana. Os primeiros depósitos de fósseis do Cretáceo encontrados na Formação Marizal foram descobertos nas décadas de 1950 e 1960. Na fauna associada predominam os Teleostei Clupavus brasiliensis e Britoichthys marizalensis, estando presentes ainda: Vinctifer longirostris, Placidichthys tucanensis, Nanaichthys longipinnus e Ogunichthys triangularis, além de um Vidalamiinae. Foram descritas aqui, pela primeira vez, escamas e uma vértebra atribuídas aos Vidalamiinae. Este peixe amiídeo é, até o momento, o maior peixe da biota da Formação Marizal, atingindo aproximadamente 1400 mm. Tal composição faunística sugere uma idade Aptiana para a formação. A diferença específica da fauna da Formação Marizal em relação a outras bacias do Nordeste do Brasil e do oeste do Gondwana evidencia um padrão de endemismo, demonstrando que, muito provavelmente, esta fauna originou-se a partir de uma entrada de mar anterior àquela que está representada em outras formações também de idade aptiana como a Formação Santana, tendo em vista a disposição estratigráfica de tais formações. Embora a presença de um Vidalamiinae, V. longirostris e de um Cladocyclidae sejam indicativos de um provável ambiente marinho, até o momento nenhuma evidência conclusiva comprova um ambiente marinho na Formação Marizal, podendo-se afirmar apenas que parte da fauna da Camada Amargosa apresenta afinidades tetianas. A presença de espécimes sabidamente marinhos na Camada Amargosa pode ser explicada pela entrada dos mesmos na Lagoa Amargosa durante uma das transgressões marinhas de origem tetiana através das bacias sedimentares ao norte da Bacia do Tucano. O segmento Santos-Benguela parece ter atuado como uma barreira, impedindo a circulação e mistura das águas marinhas entre o Atlântico Sul e o Atlântico Centro-Equatorial. A presença de níveis com grande concentração de conchostráceos, associados a restos de plantas, bem como a predominância de alevinos e peixes juvenis em intervalos diferentes dentro da Camada Amargosa, sugerem um ambiente lacustre predominantemente de água doce