O Leitor Atlântico: entre Moby-Dick e o Fausto Pessoano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Pedro Martins Cruz de Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Mar
Sea
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21553
Resumo: A presente dissertação tem por intenção apresentar um estudo comparativo no âmbito da Literatura Portuguesa e da Literatura Americana. Desse modo, a leitura comparativista que se pretende realizar entre Moby-Dick (1851), de Herman Melville (1819-1891), e Fausto, de Fernando Pessoa (1888-1935), é marcada pela intenção de compreender as imagens marítimas existentes no corpo textual de ambas as obras como chave de leitura para o modo como a mente e o pensamento humano abarcam os fenômenos naturais. Seja na observação das vívidas cenas marítimas encontradas em Moby-Dick, ilustre romance de Melville, ou seja, na recuperação das liquefeitas figuras marítimas do Fausto pessoano, drama fragmentário ou conjunto de poemas redigidos por uma égide fáustica, é possível estabelecer uma conexão e um percurso da compreensão literária do mar enquanto essencial motor do pensamento humano. Assim, o mar em Moby-Dick, apontaria os limites de qualquer pensamento na sua mediação com os fenômenos naturais e, nesse passo, em Fausto haveria a radicalização de tal processo, ao se internalizar o mar como figura eterna da mente humana. Como estofo metodológico, a presente dissertação parte da perspectiva trazida por Walter Benjamin no ensaio “As Afinidades Eletivas de Goethe” (2009)[1922], encontrado no Ensaios reunidos: escritos sobre Goethe (2009), para intuir, no trabalho crítico proposto, o teor de verdade da obra, tendo em vista o mar como uma possibilidade, uma chave, um fragmento do teor factual das obras estudadas. Da mesma forma, para estabelecimento de um entendimento da influência dos fenômenos naturais na humanidade, foram essenciais as ponderações de Ralph Waldo Emerson (1803-1882), em “Experience”, do livro Essays: second series (1844) e Nature (1838), que prouveram grande arcabouço teórico-filosófico sobre o tema