O lugar do saber-fazer dos pescadores artesanais e a institucionalidade da atividade pesqueira: uma análise sobre as artes de pesca artesanal e o fenômeno técnico na produção social do espaço da Baía de Sepetiba (RJ)
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Geografia - Faculdade de Formação de Professores (FFP) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13459 |
Resumo: | A dissertação aborda a espacialidade dos pescadores artesanais de Pedra de Guaratiba (bairro do Rio de Janeiro) diante de um conjunto de normas que regulamentam a atividade pesqueira na baía de Sepetiba. Desse modo, o objetivo geral do trabalho é a compreensão de como os pescadores artesanais do referido bairro se apropriam do espaço da Baía de Sepetiba, fazendo uso de suas técnicas entre saber-fazer e as normas do ordenamento pesqueiro. Os objetivos específicos: o aprofundamento da noção de saber-fazer dos pescadores artesanais da Baía de Sepetiba e seus vínculos com os lugares desses sujeitos; o estudo das trajetórias e vivências dos pescadores artesanais na relação cotidiana com o fenômeno técnico e a modernidade urbana; compreender as repercussões do ordenamento pesqueiro, bem como o papel dos agentes do Estado CEPSUL, IBAMA e Ministério da Pesca e Aquicultura nos usos da técnica dos pescadores artesanais no cotidiano. A metodologia do trabalho contou com um total de doze trabalhos de campo em Pedra de Guaratiba, no período de abril de 2016 à maio de 2018, para realização de entrevistas e observação das pescas embarcadas no fundo da Baía de Sepetiba. Os dados sobre as pescarias na entrada da baía foram gerados por meio das entrevistas e da metodologia da cartografia da ação, em que os pescadores apontaram em imagens de satélite da área os significados de diversos lugares da baía. Os dados sobre o ordenamento pesqueiro foram levantadas em entrevistas realizadas no CEPSUL/ICMBIO, na superintendência estadual da SEAP e no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. Verificou-se que a espacialidade dos pescadores artesanais se constitui por um conjunto de trajetórias cotidianas na cidade e na Baía de Sepetiba. A espacialidade é um fator importante na construção do saber-fazer, pois na apropriação do espaço esses sujeitos reproduzem os conhecimentos transmitidos por gerações e compartilhados nas relações de solidariedade tecidas no lugar e nas redescobertas da natureza. O lugar, por sua vez, ao mesmo tempo em que adquire significados para os pescadores devido ao encontro de saberes (saberes de diferentes gerações, saberes de trabalhadores de diversas atividades) é o lócus das normas do ordenamento pesqueiro, se situando entre as práticas espaciais dos sujeitos e o planejamento estratégico do Estado. Assim, a existência dos pescadores artesanais, concretizada nas práticas espaciais, é permeada pelas solidariedades e pelos conflitos que esses sujeitos vivenciam cotidianamente no lugar. |