(Sub)notificações de violências interpessoais contra travestis e mulheres transexuais: linkage entre um inquérito populacional e o Sistema de Informação
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18994 |
Resumo: | A temática das violências é amplamente debatida por profissionais do mundo inteiro, no entanto, quando o foco são as mulheres trans, percebe-se uma escassez de trabalhos que abarquem o assunto. Percebe-se que essas violências são subnotificadas pelo Sistema de Saúde. Diante disso, o estudo teve como objetivo principal analisar as diferenças entre o perfil de violências íntimas notificadas na base de dados do SINAN em comparação com o observado no conjunto de Travestis e Mulheres Transexuais entrevistas pelo projeto EVAS no município do Rio de Janeiro. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com uma amostra de 139 pessoas do projeto EVAS e os dados contidos no SINAN. Através do EVAS foi possível aferir que a violência interpessoal, apresentou prevalência de 82,35% (IC95%: 74,91-87,94). Após o linkage com o SINAN, a prevalência observada foi de 2,94% (IC95%: 1,09-7,66). Foi possível verificar 19,12% de concordância e uma concordância esperada de 19,55%, o Índice Kappa resultou em -0,0054 (p-valor 0,652). Observou-se uma acuracidade de 3,51% (n=4/114) e, consequentemente, uma divergência de 96,49% (n=110/114) entre os eventos violentos observados entre as duas bases de dados. Não foram identificados resultados estatisticamente significantes na análise bivariada, sugerindo que as características sociodemográficas não parecerem afetar a notificação. O fato de ser travesti ou transexual parece ser um fenômeno de barreira ao processo de notificação pelos sistemas de saúde, aspecto que precisa ser enfrentado. É importante sensibilizar os profissionais de saúde para as questões referentes ao gênero e sexualidade, a fim de capturar as violências vivenciadas por essas mulheres. |