Violência entre parceiros íntimos e sua relação com compulsão alimentar e adoção de práticas não saudáveis de controle de peso
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22120 |
Resumo: | A violência por parceiro íntimo (VPI) refere- se a qualquer comportamento que cause dano físico, sexual ou psicológico em um relacionamento íntimo. Comportamentos alimentares alterados podem incluir restrição alimentar, compulsão alimentar e práticas purgativas, que são sintomas clássicos dos transtornos alimentares presentes em menor frequência ou gravidade. Ressalta-se que os estudos enfocando a relação entre a VPI e a adoção de comportamentos alimentares alterados são escassos. O objetivo da dissertação é analisar a relação entre a exposição à violência contra a mulher por parceiro íntimo e comportamentos alimentares alterados. Trata-se de um estudo transversal, conduzido em Duque de Caxias, município do Rio de Janeiro, Brasil. A seleção da população de estudo ocorreu por meio de amostragem complexa e incluiu 847 mulheres com idade acima de 18 anos. Para mensurar a VPI foi utilizado o instrumento Revised Conflict Tactics Scales em sua segunda versão (CTS2). Os comportamentos alimentares alterados (vômitos, uso de laxantes, diuréticos, pular refeições e compulsão alimentar) foram aferidos através de pergunta única com um item referente a cada um destes comportamentos, baseada em um instrumento validado – Eating Disorder Examination (EDE). A relação entre a exposição e os desfechos foi analisada com base em modelo teórico-conceitual da relação de interesse central através de regressão logística, ajustando por possíveis fatores de confusão. Dentre as mulheres entrevistadas, 60,9% foram expostas a violência psicológica e 16,8% a violência física por seu parceiro íntimo; 19,2% das mulheres tiveram pelo menos um episódio de compulsão alimentar e 15,7% pularam refeições ou comeram muito pouco com intenção de controle ponderal. Os resultados encontrados mostraram que a exposição à VPI está associada a uma maior probabilidade de as mulheres autoprovocarem vômitos e a magnitude dessa associação foi maior nas mulheres expostas a violência do tipo física (OR: 1,75; IC95%: 1,42-2,15) do que a psicológica (OR: 1,36; IC95%: 1,10-1,69). A exposição a VPI do tipo física aumentou a probabilidade de as mulheres comerem muito pouco ou pularem refeições (OR: 1,28; IC95%: 1,05-1,57). Não foi encontrada associação entre VPI e compulsão alimentar. O estudo ressalta a importância de identificar fatores que contribuem para esses comportamentos, a fim de prevenir o desenvolvimento de distúrbios alimentares mais graves. No entanto, é necessário realizar mais estudos nessa área, uma vez que a relação entre VPI e comportamentos alimentares alterados ainda é pouco explorada. |