Habitações coletivas na capital da República: a relação entre o bota-abaixo e a revolta da vacina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Neves, Raphaela Abud
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Direito
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22802
Resumo: Dentre os acontecimentos que marcaram o início do século XX, a transformação urbanística do Rio de Janeiro se destaca devido à forma profunda e violenta com que foi desempenhada. A partir da remodelação da cidade, é possível estabelecer um panorama entre dois eventos que caracterizam um período explícito de combustão social. O objetivo do trabalho, portanto, é demonstrar como se deu a relação entre a bota-abaixo e a revolta da vacina. Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma pesquisa em história do direito, dividida em três capítulos que possuem seus próprios eixos temáticos: o primeiro, se concentra na utilização da ideologia da higiene por profissionais da medicina e da engenharia; o segundo, trata especificamente das demolições sistemáticas que deram vida ao bota-abaixo; o terceiro, se concentra sobre as questões relativas a contenção das epidemias, dentre elas a lei de vacinação obrigatória que deflagrou a revolta. Como resultado, foi possível perceber que tanto o bota-abaixo quanto a revolta da vacina foram fabricados a partir de uma disputa por posição de prestígio de duas categorias profissionais, os médicos e engenheiros. Os eventos, muito antes de suas concretizações, foram preparados sob a preocupação com a condição sanitária e higiênica da capital, sobretudo no que dizia respeito à condição das habitações coletivas e a forma de habitar. Dessa maneira, conclui-se que ancorados em uma pretensão de melhoria das condições higiênicas, que não se concretizou completamente na prática, os dois fenômenos foram igualmente justificados e buscaram atingir o mesmo alvo: o estilo de vida do pobre, que ao ser considerado insalubre, sofreu uma série de violações.