Efeitos neuroquímicos no sistema colinérgico e dopaminérgico do uso da vareniclina em um modelo animal de exposição à fumaça do cigarro durante a adolescência
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22609 |
Resumo: | O tabagismo é considerado, atualmente, como a principal causa de morte evitável no mundo. Embora diversos países estejam apresentando queda expressiva do número de usuários, o uso de produtos derivados do tabaco ainda é um grande problema de saúde pública mundial. A nicotina é a principal substância presente nas folhas de tabaco, sendo amplamente apontada como responsável pelo desenvolvimento da dependência. Infelizmente, o hábito de fumar inicia-se durante a adolescência para a maioria dos usuários, sendo este um dos motivos apontados como responsável pelo uso crônico ao longo da adulta, gerando inúmeros prejuízos em longo prazo. Não obstante, as abordagens farmacoterapeuticas são iniciadas somente na idade adulta devido à escassez de informações sobre os efeitos do uso destes fármacos durante a adolescência. A vareniclina, fármaco agonista parcial dos receptores colinérgicos nicotínicos α4β2 e total dos α7, é um dos medicamentos aprovados para o tratamento do transtorno por uso de substâncias associado à nicotina destinado a adultos. No presente estudo, esta substância foi utilizada no tratamento de um modelo animal de exposição à fumaça do cigarro durante a adolescência com o objetivo de avaliar seus efeitos sobre parâmetros neuroquímicos. Do dia pós-natal 30 (PN30) ao 45, 93 camundongos Suíços (ambos os sexos) foram expostos à fumaça de cigarro (0,73 mg de nicotina; FUM) ou ao ar (AR) por 8 h/dia em equipamento de exposição automatizado. Em PN41, foi iniciado o tratamento com vareniclina (0,5 mg/kg/bid v.o.; VAR) ou água (AG); de PN46 a PN56, a dose foi dobrada. Uma parte dos animais foi eutansiada em PN41 (antes do tratamento com vareniclina) e outra em PN56 (após o tratamento). A exposição crônica à fumaça de cigarro durante onze dias (PN41) não afetou os níveis das subunidades alfa-4, alfa-7 e beta-2 de receptores colinérgicos, e da enzima tirosina hidroxilase (TH) e da proteína transportadora de dopamina (DAT) no hipocampo de animais adolescentes. O tratamento com vareniclina durante quinze após exposição à fumaça aumentou os níveis da subunidade alfa-4, mas não de beta-2, no hipocampo de fêmeas adolescentes. A vareniclina promoveu a infrarregulação da subunidade alfa-7 no hipocampo de animais previamente expostos à fumaça de cigarro. A vareniclina não afetou os níveis de TH no hipocampo de nenhum dos grupos experimentais, mesmo após quinze dias de tratamento. O tratamento com vareniclina atenuou os níveis de DAT no hipocampo em ambos os sexos. A exposição à fumaça de cigarro e o tratamento com vareniclina alterou os níveis de DAT no hipocampo de machos, mas não de fêmeas. Nossos resultados indicam que, embora o uso da vareniclina seja seguro, este fármaco tem efeito sexo-dependente sob a circuitaria neuroquímica da dopamina em animais adolescentes. Estes achados indicam que o estudo dos efeitos do uso de vareniclina no tratamento de adolescentes fumantes deve ser aprofundado |