Desenvolvimento, caracterização e avaliação biológica de nanopartículas de ouro e de prata, obtidas por síntese verde, a partir do extrato de Annona muricata Linnaeus (Annonaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Assunção, Daniele Priscila da Silva Fardin de lattes
Orientador(a): Paula, Josiane de Fátima Padilha de lattes
Banca de defesa: Folquitto, Daniela Gaspardo, Boscardin, Patricia Mathias Doll, Campos, Patricia Mazureki, Jasinski, Vanessa Cristina Godoy
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmaceuticas
Departamento: Departamento de Ciências Farmacêuticas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3274
Resumo: A síntese verde é um método eficiente e frequentemente estudado na área da nanobiotecnologia, por não utilizarem reagentes e solventes que apresentem toxicidade, ampliando a sua aplicação no desenvolvimento de nanopartículas metálicas. Devido à citotoxicidade dos fármacos, atualmente o grande desafio é entregar o agente terapêutico diretamente em seu sítio de ação, promovendo uma melhor efetividade com mínimos efeitos colaterais. Muitas terapias direcionadas estão em desenvolvimento para abordar a resistência à múltiplos fármacos. O objetivo do presente trabalho foi sintetizar, caracterizar e avaliar a atividade biológica das AgNPs e AuNPs, vetorizadas, a partir do extrato da Annona muricata L. As AgNPs foram obtidas por fotorredução, a partir do extrato da polpa, semente e folhas de A. muricata, com exposição a luz artificial e também na sua ausência. As AuNPs foram obtidas a partir do extrato da polpa de A. muricata. As AgNPs e AuNPs obtidas com o extrato aquoso da polpa de A. muricata foram vetorizadas com o ácido fólico. No processo de caracterização, foram avaliados o tamanho das partículas, o índice de polidispersão, potencial zeta, assim como aspectos morfológicos. Além disso, foi analisada a estabilidade e a atividade antimicrobiana das AgNPs e AuNPs, vetorizadas e não-vetorizadas. A atividade larvicida foi realizada com as AgNPs preparadas com o extrato aquoso da polpa da A. muricata. Foi determinada a toxicidade das AgNPs e AuNPs, vetorizadas e não vetorizadas frente à Artemia salina e aos eritrócitos. Os extratos aquosos da polpa, das sementes e das folhas de A. muricata foram eficientes para a síntese de AgNPs. As AgNPs apresentaram atividade antimicrobiana, contra cepas de bactérias gram positivas e gram negativas e contra leveduras. A preparação de AgNPs, obtidas sem a exposição à luz artificial, apresentou características mais adequadas, quanto ao tamanho, índice de polidispersão, potencial zeta e estabilidade. Na avaliação cromatográfica qualitativa, foi determinada a presença de acetogeninas anonáceas, como a annonacina. O extrato aquoso da polpa de A. muricata também demonstrou eficácia na síntese das AuNPs. As AuNPs obtidas apresentaram tamanho, potencial zeta e PDI adequados, além de boa estabilidade no período avaliado. AuNPs apresentaram atividade antimicrobiana contra cepas de E.coli, S.aureus e E. faecalis. As AgNPs preparadas com o extrato da polpa da A. muricata demonstraram baixa toxicidade frente as larvas de Plutella xylostella. A vetorização das AgNPs e AuNPs com ácido fólico foi obtida com sucesso, mantendo a estabilidade e apresentando pequena alteração quanto às características físico-químicas e morfológicas, comparadas às AgNPs e AuNPs sem a vetorização. A atividade antimicrobiana de ambas as nanopartículas vetorizadas foi maior comparadas às nanopartículas sem a vetorização. A avaliação da toxicidade das AgNPs e AuNPs, com e sem a vetorização do ácido fólico, frente a Artemia salina, apresentou ótimos resultados, sendo favorável a sua utilização em sistemas biológicos. A avaliação hemolítica, demonstrou biocompatibilidade das AgNPs e AuNPs, vetorizadas e não-vetorizadas com ácido fólico. Sendo assim as AgNPs e AuNPs , vetorizadas ou não, poderão ser utilizados nos sistema biológicos, desenvolvidas com potencial atividade antimicrobiana.