Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
Cavalcante, Tadeu Robson Melo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10158
|
Resumo: |
Este trabalho teve por objetivo investigar os agentes polinizadores de A. muricata, bem como analisar a morfologia e biologia floral e o sistema reprodutivo dessa espécie. Os estudos foram realizados em pomares localizados em Visconde do Rio Branco (VRB), MG, e Una, BA. Os visitantes florais foram observados ao longo do dia e da noite, sendo anotados seu comportamento, e horário de visita, bem como o recurso utilizado. Os insetos foram capturados e etiquetados, sendo alguns deles depositados na coleção do Museu Regional de Entomologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e outros enviados a especialistas. Flores em estádios diferentes de desenvolvimento foram analisadas à lupa e desenhadas. Outras flores foram observadas em dias consecutivos sendo anotados dados sobre o período e os eventos da antese. O odor das flores foi testado, assim como a viabilidade dos grãos de pólen. Os tratamentos realizados para estudar o sistema reprodutivo consistiram de polinização aberta, polinizações cruzadas (geitonogamia e xenogamia) e autopolinização espontânea. As flores apresentam características da cantarofilia (polinização por coleópteros), ou seja, são grandes, possuem cores pálidas (verde e amarelo-pálido), recurso floral (tecidos nutritivos) acessível e forte odor à noite. Outra característica importante ligada a essas flores é a "câmara de polinização", um espaço dentro da flor formado pelas pétalas internas envolvendo frouxamente o androceu e gineceu. Os grãos de pólen, organizados em tétrades, apresentaram, em média, 86% de viabilidade. As flores duraram quatro dias, sendo nos três primeiros dias funcionalmente femininas; no quarto dia, ao entardecer, ocorreu a deiscência das anteras, caracterizando a fase masculina. Os resultados das polinizações manuais indicaram que A. muricata é autocompatível, embora a dicogamia protogínica dificulte a autopolinização. Não houve diferença significativa entre os resultados obtidos dos testes de polinizações cruzadas. No pomar localizado em Una, BA, a taxa de frutificação da polinização aberta foi de 95,2% e, em VRB, MG, de 11,7%. A preservação da vegetação nativa (floresta atlântica) em Una e a sua localização próxima ao pomar parecem ser a razão dessa alta taxa de frutificação, pois favorecem a manutenção dos agentes polinizadores de A. muricata. Tais resultados evidenciaram que essa espécie é dependente de vetores de pólen para sua reprodução. As flores foram polinizadas por Cycocephala vestita Höhne, 1923 (Coleoptera: Scarabaeidae: Dynastinae), em Una, e por Cyclocephala hirsuta Höhne, 1923, em VRB. As visitas se iniciavam por volta das 18 h e 30 min, podendo prolongar-se, em dada flor, por dois ou três dias consecutivos. Nesse período, as flores apresentavam-se na fase feminina, e os besouros alimentavam-se de tecidos nutritivos, localizados nas pétalas internas. Por volta das 18 h do quarto dia, as anteras se abriam, e o corpo dos besouros ficava coberto de pólen. Logo após, as pétalas caíam, desabrigando esses insetos, que, provavelmente, foram atraídos por outras flores em fase feminina. |