Desenvolvimento, caracterização e avaliação da atividade cicatrizante de nanopartículas contendo 17-β-estradiol e/ou óxido de zinco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Koga, Adriana Yuriko lattes
Orientador(a): Farago, Paulo Vitor lattes
Banca de defesa: Ferrari, Priscileila Colerato, Boscardin, Patrícia Mathias Doll, Ollhoff, Rudiger Daniel, Pogliani, Fabio Celidonio
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmaceuticas
Departamento: Departamento de Ciências Farmacêuticas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3394
Resumo: O objetivo deste trabalho foi obter e caracterizar nanocápsulas de 17- β estradiol (E2) e nanoesferas de óxido de zinco (ZnO) para avaliar o efeito cicatrizante em lesões cutâneas de ratas ooforectomizadas. As nanopartículas de E2 foram obtidas utilizando o polímero PCL pelo método de precipitação do polímero pré-formado e as de ZnO pelo método de co-precipitação. A caracterização foi realizada por meio de ensaios morfológicos e espectroscópicos. O método analítico para quantificação do E2 nas nanocápsulas foi validado conforme preconizado pelo The International Conference on Harmonization. A estabilidade das nanopartículas de E2 foi avaliada durante 120 dias em 10°C, 25°C e 37°C. O ensaio animal foi realizado em ratas ooforectomizadas com lesões cutâneas dorsais medindo 4 cm2 separadas em 15 grupos: CNO (controle não ooforectomizado), CO (controle ooforectomizado), PCLN (naocápsula sem o fármaco), EC e EN (0,06 e 0,12), ZnOC e ZnON (2,5 e 5,0) e ZnOC + EC e ZnON + EN (0,06 + 2,5 e 0,12 + 5,0). Nos dias 7, 14 e 21 biópsia de pele, útero e amostras sanguíneas foram coletadas. A análise histológica foi realizada utilizando coloração HE e picrosirius. Os resultados mostraram nanopartículas com tamanho, potencial zeta e polidispersão adequados para aplicação tópica em feridas cutâneas. Para quantificação de E2, método simples e eficiente foi desenvolvido utilizando a cromatografia líquida de alta eficiência, mostrando eficiência de encapsulação superior a 99%. A morfologia mostrou formato esférico e homogêneo. Os espectros FTIR sugerem que o fármaco está disperso no núcleo oleoso da nanocápsula. As amostras de E2 apresentaram boa estabilidade nas temperaturas avaliadas com pequena variação de pH e manutenção do tamanho, potencial zeta e polidispersão. Para as nanoesferas de ZnO, a pureza foi realizada utilizando a espectroscopia de raios X com dispersão de energia e apresentou valores de 76,82% de zinco. Os espectros FTIR apresentaram grupos funcionais semelhantes e correspondentes ao ZnO. A avaliação de raios X mostrou picos característicos de cristalinidade nas posições definidas para ZnO. O resultado do ensaio animal mostrou que não houve diferença estatística na retração da lesão de todos os grupos avaliados. A análise hematológica demonstrou alterações na quantificação de linfócitos e neutrófilos que se relacionam com a ação encontrada na análise histológica da pele. Os resultados mostraram que a cirurgia de ooforectomia retarda o processo de cicatrização. O tratamento com ZnO e E2 isolados foram capazes de modular a fase inflamatória principalmente no tratamento com as nanopartículas. A associação de tratamento na forma nanoparticuladas apresentou resultados favoráveis tanto na fase inflamatória como na colagênese. As alterações histológicas no tecido uterino foram maiores no grupo tratado com a forma EC 0,12. Esses resultados demonstram que foi possível obter nanoesferas de ZnO e nanocápsulas de E2 com características físico-químicas adequadas e com potencial efeito benéfico no processo de cicatrização. Essa resposta foi observada tanto nos tratamentos isolados como na associação das nanopartículas. Sendo assim, foi possível desenvolver uma alternativa viável para o tratamento de lesões cutâneas de mulheres na menopausa.