Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Leonel, Ellen Cristina Rivas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181287
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Resumo: |
A incidência de câncer de mama tem aumentado consideravelmente ao longo dos anos. Frente a esta alta taxa epidemiológica a atenção às causas desta doença tem sido significativa em meio a grupos de pesquisa. Fatores genéticos e algumas situações de risco, como a exposição a componentes químicos disruptores endócrinos, podem estimular o seu desenvolvimento. O bisfenol A (BPA), utilizado na manufatura de plásticos e resinas, pode ser liberado destes componentes e exercer efeitos estrogênicos, causando distúrbios na função endócrina e aumentando a predisposição à carcinogênese. Alguns estudos têm demonstrado os efeitos do BPA em longo prazo, de modo que sua exposição durante o período de desenvolvimento embrionário inicial e perinatal pode predispor a glândula mamária (GM) ao desenvolvimento de câncer em indivíduos já adultos. Seu mecanismo de ação, assim como o do estradiol endógeno, baseia-se principalmente na ligação a receptores celulares hormonais, podendo estimular a proliferação, promovendo um desbalanço nos ciclos de renovação celular mamária. Para o estudo de carcinogênese o gerbilo da Mongólia (Meriones unguiculatus) é um modelo experimental interessante, já que possui capacidade de desenvolver tumores espontâneos em órgãos hormônio-responsivos, mimetizando, naturalmente, o ambiente de um indivíduo predisposto à tumorigênese. Assim, os objetivos deste trabalho foram (1) caracterizar morfologicamente a GM de fêmeas de gerbilo da Mongólia em diferentes estágios funcionais, (2) descrever as alterações morfológicas encontradas na GM de fêmeas adultas expostas ao BPA e a 17-β estradiol durante o período de desenvolvimento perinatal avaliando a presença de lesões histopatológicas, índice de proliferação celular e expressão do marcador de alteração epigenética, EZH2, bem como (3) descrever as variações na expressão de receptores levando em consideração níveis séricos hormonais, com o intuito de esclarecer os possíveis efeitos do BPA administrado durante o desenvolvimento embrionário na GM adulta. Nossos resultados demonstraram que aos 6 meses de idade houve um aumento significativo no índice proliferativo, na incidência de hiperplasia e considerável alteração na deposição de fibras colágenas no compartimento estromal da glândula. Verificou-se aumento na expressão de EZH2 nas células epiteliais mamárias dos animais do grupo tratado apenas com o óleo de milho (veículo), revelando uma ação inesperada do mesmo na GM. As análises de receptores hormonais mostraram que diferenças significativas nas taxas de expressão ocorreram nas GMs dos grupos tratados tanto com BPA quanto com 17-β estradiol em comparação ao grupo controle intacto. Com isso, pôde-se concluir que a exposição neonatal ao BPA causa alterações morfológicas e moleculares na GM de gerbilos da Mongólia refletidas após 6 meses de idade, que podem indicar sinais de pré-malignidade, confirmando o efeito carcinogênico deste composto. |