O roteiro de AD em português do filme 'ensaio sobre a cegueira': um estudo descritivo sobre o estilo avaliativo do texto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Farias Júnior, Lindolfo Ramalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107951
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Este trabalho se insere na área maior dos Estudos Descritivos da Tradução (EDT); nela, na subárea dos Estudos da Tradução Baseados em Corpus (ETBC) e, por sua vez, dentro do escopo da Tradução Audiovisual (TAV). No âmbito da TAV, a inserção se dá na Tradução Audiovisual Acessível (TAVa) (ADERALDO, 2014) quanto à modalidade Audiodescrição (AD). A AD é elaborada em forma de roteiro escrito, que traduz imagens em palavras, a ser posteriormente transformado em locução humana, sendo usada para atender especificamente à necessidade de acessibilidade sensorial das pessoas com deficiência visual (PcDVs). Alguns profissionais da área ainda advogam que o texto descritivo de cenas de filmes, peças teatrais, pinturas, esculturas etc. tem que ser neutro ou isento de interpretação/avaliação para que as PcDVs tenham o direito de, sozinhas, construírem os julgamentos de valor e as emoções suscitados pelo objeto da AD (SNYDER, 2008). Contudo, a impossibilidade de neutralidade foi empiricamente comprovada via Sistema de Avaliatividade-Linguística Sistêmico-Funcional (SA-LSF) (PRAXEDES FILHO; MAGALHÃES, 2013, 2015; PRAXEDES FILHO; SILVA, 2014; OLIVEIRA JÚNIOR; PRAXEDES FILHO, 2016). Logo, se roteiros de AD nunca são neutros, chegou o momento de investigar o estilo interpretativo/estilo avaliativo dos roteiros e/ou o estilo interpretativo/assinatura avaliativa do audiodescritor. Portanto, o presente estudo objetivou descrever o estilo avaliativo do roteiro de AD do filme de longa-metragem ‘Ensaios sobre a cegueira’ (ESC), o que se justificou pelo ineditismo da proposta. Duas perguntas foram formuladas: 1) existem padrões de uso interpretativo da língua no roteiro de AD brasileiro de ESC que possam caracterizar seu estilo avaliativo?; 2) quais as características do possível estilo avaliativo do roteiro de AD brasileiro de ESC?. Metodologicamente, tratou-se de um estudo de caso descritivo, exploratório e quanti-qualitativo. O roteiro foi analisado quanto às combinações de termos/escolhas nas três subredes (‘atitude’, ‘engajamento’, ‘gradação’) da rede de sistemas de avaliatividade proposta pelo SA-LSF (MARTIN; WHITE, 2005). Os procedimentos metodológicos foram viabilizados pelas ferramentas Word Liste Concord do software WordSmith Tools 5.0. Quanto aos resultados, a pergunta 1 foi respondida afirmativamente por subrede. A resposta à pergunta 2 foi que o estilo avaliativo assim se caracteriza por subrede: 1ª subrede no ranque: ‘atitude’: combinações: ‘apreciação’ – ‘reação’ – ‘qualidade’ –</span></font></div><div style=""><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">‘ambígua’ – ‘inscrita’ &gt; ‘julgamento’ – ‘sanção social’ – ‘propriedade’ – ‘negativa’ – ‘evocada’ – ‘convidar’ – ‘propiciar’ &gt; ‘afeto’ – ‘segurança’ – ‘negativa’ – ‘evocada’ – ‘convidar’ – ‘propiciar’ &gt; ‘afeto’ – ‘felicidade’ – ‘positiva’ – ‘evocada’ – ‘convidar’ – ‘propiciar’; 2ª subrede no ranque: ‘gradação’: combinações: ‘força’ – ‘quantificação’ – ‘volume’ – ‘isolada’ – ‘aumentando &gt; ‘força’ – ‘intensificação’ – ‘processo’ – ‘isolada’ – ‘aumentando’ &gt; ‘força’ – ‘quantificação’ – ‘quantidade’ – ‘isolada’ – ‘aumentando’ &gt; ‘força’ – ‘quantificação’ – ‘extensão’ – ‘proximidade’ – ‘espaço’ – ‘isolada’ – ‘diminuindo’; 3ª subrede no ranque: ‘engajamento’: combinações: ‘monoglossia’ – ‘desvio descritivo categórico’ &gt; ‘heteroglossia’ – ‘contração’ – ‘discordância’ – ‘contraexpectativa’. Anseio que o presente estudo possa contribuir com a TAVa/AD, no sentido de uma melhor compreensão do registro mais geral ‘roteiro de AD’, da consolidação do conjunto brasileiro de parâmetros para roteiros de AD e do aperfeiçoamento da prática de formação do tradutor/audiodescritor brasileiro.</span></div>