Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Juliana Campos de
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Orientador(a): |
Pitta, Ana Maria Fernandes
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Banca de defesa: |
Barros, Sonia,
Silva, Julie Sarah Lourau Alves da,
Christovam, Barbara Pompeu |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica do Salvador
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Programa de Pós-Graduação: |
Políticas Sociais e Cidadania
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Departamento: |
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://ri.ucsal.br/handle/prefix/502
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Resumo: |
Este estudo tem o objetivo geral de entender como acorre a efetivação do direito à saúde da pessoa com transtorno mental internada em um hospital geral do sul da Bahia. No Brasil, somente após a Constituição de 1988, a saúde passou a ser um direito social e “um direito de todos e dever do Estado”. Todos incluem os “loucos” que durante muito tempo foram segregados nos hospícios e excluídos do estatuto de sujeito de direito. Para a realização dessa pesquisa foi utilizado, através da abordagem qualitativa, os métodos autoetnográfico e descritivo-exploratório, complementares e simultâneos. A partir desses métodos, primeiramente, nas instalações do hospital, foi feito um levantamento, no livro de registro de altas e óbitos do Sistema de Arquivo Médico e Estatístico - SAME, dos pacientes internados com diagnostico de transtorno mental no ano de 2017. Depois, foi realizada uma entrevista informal com cada um dos pacientes encontrados nos seus respectivos endereços. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas, resultando em um texto, lido sob a luz da Análise Hermenêutica de Paul Ricoeur e da Análise Institucional de René Lourau. A partir, das narrativas dos pacientes e com método autoetnográfico (presente em todas as etapas da pesquisa) é possível inferir quatro elementos de análise: o hospital, o Estado, as pessoas com transtorno mental e a pesquisadora. No hospital, o direito à saúde das pessoas com transtorno mental, na maioria das vezes, não acontece. É uma instituição que presta uma assistência baseada em práticas de descuido e abandono, tem uma estrutura precária e não tem leitos psiquiátricos devidamente implantados. O Estado, representado pelo hospital, viola, a todo instante o direito à saúde dessas pessoas, é ausente, omisso e violento. As pessoas com transtorno mental internadas nesse hospital, demonstram um alheamento e um desempoderamento sobre a sua vida mesmo fora do surto, já no seu lar. Elas não se indignam nem reivindicam seu direito à saúde, em nenhum momento. Esse alheamento e esse desempoderamento, também, foi atribuído a pesquisadora, enquanto psicóloga do serviço. Nesse sentido, todos permanecem onde estão. |