Terapia comunitária: espaço de re-significação do sofrimento de trabalhadores de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Zago, Karine Santana de Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-27032012-154447/
Resumo: Este estudo teve por objetivo analisar as implicações da Terapia Comunitária (TC) enquanto instrumento de intervenção no sofrimento dos trabalhadores de uma Unidade de Internação Psiquiátrica de um Hospital Geral (UIPHG). Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo estudo de caso e participante. A coleta de dados foi realizada em três fases, sendo que na primeira recorreu-se à entrevista semiestruturada que buscou conhecer o trabalho, as dificuldades e frustrações de membros da equipe de enfermagem. A segunda fase constituiu na aplicação de 26 sessões de Terapia Comunitária, desenvolvidas de acordo com sua metodologia. A última fase foi composta por entrevista semiestruturada de modo a conhecer as implicações da Terapia Comunitária no sofrimento dos trabalhadores. A análise foi conduzida segundo a Análise Temática de Conteúdo. Os dados foram discutidos à luz da Psicodinâmica do Trabalho de Christopher Dejours. Construíram-se os núcleos temáticos com base em dois grandes temas: o cuidar e o sofrer dos trabalhadores de enfermagem da UIPHG e a Terapia enquanto instrumento de intervenção neste sofrimento. Dentre as categorias do cuidar, foi encontrado o cuidar centrado na doença e o cuidar do paciente em crise; entre as categorias do sofrer, estão o sofrer pela ameaça física, pelo medo, pelos conflitos nas relações de trabalho, e pela falta de reconhecimento. Por meio da análise da TC, observou-se que essa metodologia funciona como um espaço público para a re-significação das relações de trabalho, por meio da convivência, troca de experiências de vida, alívio das tensões do trabalho, de apoio, construção de vínculos e resgate da cooperação. Considera-se que a TC intervem no sofrimento dos trabalhadores uma vez que, por meio de um espaço de partilha, o qual proporciona conhecimento mútuo, identificação, sensibilização, admiração pelas histórias de sofrimento e superação, muitos trabalhadores passam a considerarem-se antes de tudo como seres humanos e, somente então, como trabalhadores. Ao melhor conhecerem o homem do trabalho e não apenas o trabalho do homem re-significam suas relações, os conflitos interpessoais são redimensionados pela compreensão, colaboração e vínculos solidários. Assim, o sofrimento no trabalho torna-se passivel de intervenção.