O Enfermeiro e seu Cotidiano: cenas de um manicômio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Pitiá, Ana Celeste de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-25052006-100049/
Resumo: Este trabalho é resultado de uma pesquisa do tipo estudo de caso, realizada em um macro-hospital público psiquiátrico de uma cidade do interior do Estado da Bahia. Enfoca o desenvolvimento das atividades dos enfermeiros no cotidiano institucional, suas formas de lidarem com as situações e as relações sociais estabelecidas com os demais profissionais de saúde que trabalham no hospital. Como docente da disciplina Enfermagem Psiquiátrica, tenho relação direta com o local, acompanhando estágio de estudantes de enfermagem, haja vista o convênio firmado entre a Secretaria de Saúde do Estado e a Universidade Estadual de Feira de Santana, a qual pertenço. Procedi a um recorte do campo, delimitando o espaço de um Pavilhão de internamento masculino. Como estratégia de levantamento dos dados utilizei a observação participante, entrevista semi-estruturada com os enfermeiros e demais membros que com ele convivem no dia-a-dia de trabalho, além de alguns documentos importantes na contextualização do trabalho desse profissional. Procedi a apresentação das atividades dos enfermeiros, estabelecendo a trama entre eles e deles com os demais profissionais da saúde. Observei uma grande concentração de suas tarefas em torno dos fazeres burocráticos, além de ver evidenciada a figura do paciente como intercorrências a serem resolvidas, denotando a visão que têm do doente mental. Na convivência com os outros profissionais, vêm-se como centro, apesar de essa visão nem sempre ser compartilhada por esses. Pelos dirigentes, o enfermeiro é visto como o grande contornador de situações, o que o coloca em uma posição politicamente conveniente na manutenção dos interesses majoritários. Nesse hospital, o profissional enfermeiro ocupa diversas funções hierarquicamente estratégicas junto à Diretoria, com a qual mantém contato direto e diário. As condições em que vivem os pacientes da instituição são extremamente precárias e degradantes para qualquer ser humano. A falta de prioridade dada à política de saúde mental no Estado contribui fortemente para a manutenção do modelo assistencial tradicional, ainda implementado nesse hospital.