Síndrome metabólica e câncer de mama feminino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Bergmann, Rafaela Bulow
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
saúde
BR
Ucpel
Mestrado em Saúde e Comportamento
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/375
Resumo: Esta dissertação expõe um estudo que objetivou avaliar pela primeira vez a associação entre a síndrome metabólica (SM) e câncer de mama (CM) no Sul do Brasil, utilizando as definições do National Colesterol Education Program - Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) e International diabetes Federation (IDF) para a síndrome. Trata-se de um estudo do tipo caso-controle aninhado a uma coorte, realizado entre dezembro de 2013 e agosto de 2014 no setor de oncologia do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Centro de Radioterapia e Oncologia da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas e no Ambulatório de Ginecologia da UFPel, cujos atendimentos se dão através do Sistema Único de Saúde (SUS). Para cada caso recém diagnosticado de CM, prévio ao tratamento, um controle pareado em idade (± 5 anos) e fase da menopausa foi incluido. As mulheres que aceitaram participar (n=164) foram entrevistadas e convidadas a fazer um exame de sangue incluindo glicemia de jejum, HDL-colesterol e triglicerídeos. Participantes também foram avaliadas quanto aos níveis de pressão arterial e circunferência da cintura (CC). Segundo o critério NCEP ATP III, a SM foi diagnosticada na presença de três dos cinco fatores: pressão arterial &#8805; 130/85 mmHg (ou hipertensão), CC &#8805; 88 cm, HDL-colesterol < 50 mg/dl (ou medicação), triglicerideos &#8805; 150 mg/dl (ou medicação), e glicose de jejum > 110mg/dl (ou diabetes tipo II). Considerando o consenso IDF, a SM foi identificada pela presença essencial de obesidade abdominal (CC &#8805; 80 cm), em adição a duas outras alterações: pressão arterial &#8805; 130/85 mmHg (ou hipertensão), HDL-colesterol < 50 mg/dl (ou medicação), triglicerideos &#8805; 150 mg/dl (ou medicação) e glicemia de jejum > 100 mg/dl (ou diabetes tipo II). O grupo de casos demonstrou um maior número de componentes da síndrome alterados do que aquelas que pertenciam ao grupo controle, independentemente do critério utilizado, e os controles foram mais propensos a ter zero, uma ou duas alterações metabólicas (P < 0.001). De acordo com o critério NCEP ATP III, a presença de três componentes alterados da SM foi associado a um risco 7,2 vezes maior de CM em relação a ausência de alterações (IC95%: 1,97; 26,11), sendo que para o critério IDF a razão de chances correspondeu a 10.08 (IC95%:1.82; 55.91). A probabilidade de ter CM foi 4,7 vezes maior em mulheres com diagnóstico de SM, independentemente da definição utilizada (NCEP ATP III: IC95%: 2,14; 10,23; IDF: IC95%: 2,13; 10,17). Baixo HDL-colesterol foi relacionado ao risco de CM (OR=2.88; 95%CI: 1.47; 5.67), bem como a pressão arterial sistólica (OR=7.3; 95%CI: 2.43; 21.91), diastólica (OR=4.56; 95%CI: 1.82; 11.44) e CC &#8805; 80cm (OR=2.1 95%CI: 1.03; 4.42). Os resultados obtidos indicaram que houve uma forte relação entre SM e risco de CM entre as mulheres do Sul do Brasil, tanto através do critério NCEP ATP III quanto IDF. Apesar de mais estudos serem necessários, a SM pode ser um alvo promissor para futuras intervenções almejando a prevenção do CM