Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Motoki, Andre Hideo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192926
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Resumo: |
Objetivo: Avaliar a associação entre a síndrome metabólica (SM) e o perfil imuno-histoquímico (IHQ) do câncer de mama em mulheres na pós-menopausa. Métodos: Realizou-se estudo clínico de corte transversal com 189 mulheres, idade entre 45-75 anos, atendidas em Hospital Universitário. Foram incluídas mulheres em amenorreia >12 meses e idade ≥ 45 anos, com diagnóstico recente de câncer de mama, sem tratamento oncológico prévio. Por meio de entrevista foram coletados dados clínicos, antropométricos (peso, altura e circunferência da cintura) e bioquímicos (colesterol total, HDL-c, LDL-c, triglicerídeos (TG) e glicose). A partir do anatomopatológico e da imuno-histoquímica foram coletados dados sobre o câncer de mama (histopatológico, grau, estádio do tumor, linfonodos) e o status hormonal (receptor de estrogênio, RE; receptor de progesterona, RP; receptor do fator de crescimento epidérmico humano-2, HER-2) e a atividade proliferativa epitelial (Ki67). Por convenção da IHQ, os tumores foram agrupados em cinco subtipos: Luminal A (RE +, RP +, HER-2 - e Ki-67 <14%); Luminal B HER-2 - (RE+, RP+ ou -, HER-2 - e Ki-67 ≥14%); Luminal B HER-2 + (RE+, RP+ ou -, HER-2 + e qualquer Ki-67); Não-luminal HER-2 (RE -, RP -, HER2 + e qualquer Ki-67) e Triplo-negativo (RE-, RP-, HER2- e qualquer Ki-67). Foram consideradas com SM as mulheres que apresentaram três ou mais critérios diagnósticos: circunferência da cintura (CC) > 88 cm; TG 150 mg/dL; HDL colesterol < 50 mg/dL; pressão arterial 130/85 mmHg; glicose 100 mg/dL. Para análise estatística foram empregados o teste t-student, a Distribuição Gama (variáveis assimétricas), o teste do Qui-quadrado e a regressão logística (odds ratio-OR). Resultados: No momento do diagnóstico do câncer de mama, a SM foi diagnosticada em 33,3% (63/189) das mulheres. A média etária, tempo de menopausa e índice de massa corpórea (IMC) foram de 59.0 ± 10.6 anos, 11.4 ± 9.6 anos e 28.5 ± 5.5 kg/m2, respectivamente, sem diferença entre mulheres com ou sem SM (controle). Mulheres com SM apresentaram maior frequência de tumores ≤ 2cm quando comparadas às sem SM (49.2% vs 31.8%, respectivamente) (p=0.038). Em relação ao grau histológico, estadiamento e envolvimento dos linfonodos axilares não houve diferenças (p>0.05). As pacientes com SM apresentaram maior proporção de tumores com RP positivos (p=0.006), HER-2 negativo (p=0.034) e de tumores do subtipo Luminal B HER-2 negativo (p=0.038) quando comparado a mulheres sem SM (79.4% vs 61.8%, 89.9% vs 78.6%, e 44,5% vs 27,8%, respectivamente). Mulheres com obesidade abdominal (CC > 88cm) também apresentaram maior frequência de tumores com RP positivos (p=0,049) comparadas a mulheres sem deposição central de gordura (75.2% vs 60.0%, respectivamente). Nas pacientes obesas (IMC ≥ 30 kg/m2) foi observada maior ocorrência de tumores HER-2 negativos (p=0,047) e consequentemente de tumores do subtipo Luminal B HER-2 negativo (p=0,032) em comparação àquelas não obesas (90.9% vs 80.5% e 43.9% vs 27.7%, respectivamente). Na análise multivariada, ajustada para idade, tempo de menopausa e IMC, foi observado maior risco para tumores do subtipo Luminal B HER-2 negativo entre as mulheres com SM (OR 2.00, IC 95% 1.03-3.89), obesas (OR 2.03, IC 95% 1.06-3.90) e com deposição central de gordura (OR 1.96, IC 95% 1.01-4.03). Os demais subtipos do câncer de mama (Luminal A, Luminal B HER-2 positivo, Não-luminal HER-2 e Triplo negativo) não apresentaram associação com a SM, ou com seus componentes. Conclusão: Em mulheres na pós-menopausa com diagnóstico recente de câncer de mama, a presença de síndrome metabólica associou-se com indicadores de bom prognóstico do câncer de mama, como menor tamanho tumoral, positividade para receptor de progesterona e negatividade para receptor HER-2 e com tumores do subtipo Luminal B. |