Padrões voluntários de sustentabilidade e a regulação ambiental da União Européia : governança e desafios na exportação da soja brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lima, Maria Isabel Leite Silva de lattes
Orientador(a): Rei, Fernando Cardozo Fernandes lattes
Banca de defesa: Rei, Fernando Cardozo Fernandes, Gonçalves, Alcindo Fernandes, Ribeiro, Flávio de Miranda, Fraguio, Maria Pilar Dapazo, Nasser, Rabih
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Direito
Departamento: Faculdade de Direito
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/8040
Resumo: A tese aborda a regulação ambiental para a exportação de soja brasileira à União Europeia, que envolve padrões voluntários de sustentabilidade, como certificações, e normas obrigatórias, como Regulamentos e Diretivas, com foco em due diligence ambiental e desmatamento para empresas e países que façam negócio com a UE, que são parte das medidas de sustentabilidade em suas políticas sobre agricultura e meio ambiente. O objetivo é avaliar os instrumentos de hard law e soft law e como sua utilização conjunta implica na incorporação de preceitos de sustentabilidade à expansão da soja brasileira, pela atuação de atores estatais e não estatais como resultado da governança ambiental global para a proteção ambiental, o desenvolvimento econômico e o acesso a mercados, bem como se as exigências regulatórias da UE para o comércio internacional, como os recentes Regulamento UE 2023/1115 para produtos livres de desmatamento e Acordo provisório de Diretiva sobre o dever de diligência em sustentabilidade empresarial, podem ser adequadas ou não à realidade mundial e aos objetivos da agenda ambiental global. São apresentados conceitos sobre governança ambiental, Direito Ambiental Internacional e soft law, com ênfase no papel da soft law privada dos padrões voluntários de sustentabilidade. Dentre estes, os acordos voluntários, como a Moratória da Soja e o Protocolo Verde de Grãos do Pará, o programa voluntário Agro Plus e as Normas Voluntárias de Sustentabilidade (NVS), com destaque à certificação Round Table on Responsible Soy Association – RTRS, além de outras como ProTerra Foundation, as Diretrizes para produção de soja sustentável da FEFAC, associação europeia de alimentação animal, e as criadas por empresas como Cargill Triple S Soya Products, Amaggi Origins Field, Bunge Pro-S Assuring Sustainable Sourcing e ADM Responsible Soybean Standard. A pesquisa conclui pelo avanço no controle do desmatamento nas últimas décadas no Brasil, impulsionado tanto pela legislação, quanto por padrões voluntários, e que as certificações podem apoiar no cumprimento das novas exigências ambientais da UE sobre devida diligência e desmatamento, mas não as substituirá como prova automática de conformidade. A proibição de qualquer desmatamento, mesmo autorizado, é incompatível com a legislação brasileira e poderá ser o principal desafio na relação comercial com a UE e, em especial, com os países em desenvolvimento, gerando questionamentos sobre a legitimidade do seu poder regulador global e seus impactos. A metodologia consiste em pesquisa exploratória e qualitativa, a partir do método hipotético-dedutivo.