[pt] O CETICISMO NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM: SOBRE CONTRA OS GRAMÁTICOS, DE SEXTO EMPÍRICO
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=14751&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=14751&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.14751 |
Resumo: | [pt] Esta tese é uma análise de Contra os gramáticos, tratado sobre a linguagem escrito quase vinte séculos atrás pelo cético Sexto Empírico. Dedicando-se a esse importante capítulo na história das idéias lingüísticas, o estudo tem em seu horizonte mais amplo contribuir para o entendimento das relações entre ceticismo e linguagem. Responde, em especial, a um cenário contemporâneo em que as virtudes das palavras para o entendimento e a comunicação são recorrentemente postas em dúvida – nas artes em geral, e também em expressiva parcela das reflexões teóricas produzidas no âmbito das ciências humanas e sociais. Partindo da hipótese de que o exame de uma das mais remotas manifestações do pensamento cético sobre a linguagem pode nos ajudar a compreender esse cenário, a pesquisa teve como perguntas norteadoras as seguintes: (i) que perspectiva(s) de linguagem informa(m) os argumentos de Sexto Empírico em seu tratado Contra os gramáticos? e (ii) Sob que aspectos da linguagem a dúvida cética recai nesse tratado? O antigo texto foi assim interrogado por meio de uma abordagem conscientemente anacrônica: tomamos como balizas de análise perspectivas contemporâneas de linguagem, a saber, aquelas que inflamaram o debate filosófico no âmbito da assim chamada virada lingüística, em que se pode discernir a oposição básica entre uma visão pragmática e uma visão representacionalista da linguagem. Reconhecendo que a contenda adquire inflexões substantivamente distintas conforme os autores que se tenha em mente, optamos aqui por tomar como referência mais específica a manifestação do referido antagonismo na filosofia de L. Wittgenstein – levando em conta sobretudo os interlocutores que dialogam em suas Investigações filosóficas. Uma primeira conclusão do estudo é que convivem na trama argumentativa de Contra os gramáticos duas proto-imagens de linguagem, associáveis respectivamente ao representacionalismo e ao pragmatismo. Outra conclusão a que chegamos é que, em Contra os gramáticos, a dúvida cética incide sobre a idéia de uma ordem intrínseca à linguagem, mas não sobre as suas virtudes práticas, cotidianas. Mostraremos ainda que a noção de linguagem comum, central em Contra os gramáticos, tem ali um status de solução, contrapondo-se a ambições metalingüísticas vistas como nocivas e fadadas ao insucesso. Por fim, concluímos que uma análise da mesma noção de linguagem comum em outras obras de Sexto Empírico desestabiliza esse status: a linguagem comum passa então a receber cuidados e a despertar escrúpulos sugestivos de que pode ser ao mesmo tempo solução e problema. |