Impossibilidade da dúvida radical: uma resposta ao ceticismo no livro Da Certeza de Wittgenstein

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Costa, Maira de Cinque Pereira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-21062012-163608/
Resumo: Trata-se de mostrar alguns argumentos, desenvolvidos por Ludwig Wittgenstein nos seus últimos escritos, contra uma espécie de investida cética que pretende colocar em suspensão a certeza que temos a respeito da existência do mundo. Para tanto, procuramos, primeiramente, a partir da exegese do parágrafo 308 de Da Certeza, explorar a relação estabelecida entre os conceitos de dúvida, saber e certeza a fim de esclarecer a concepção de que a dúvida apenas pode ser aplicada sobre proposições empíricas e jamais sobre proposições gramaticais. Em segundo lugar, mostramos que, ao entender que a dúvida ( o ato de duvidar) sobre qualquer coisa faz sentido apenas quando aceitamos um sistema de proposições, Wittgenstein a (o) coloca como dependente da estabilidade da gramática de nossa linguagem. Nesse sentido, buscamos elucidar a maneira como o filósofo caracteriza a lógica demonstrando-a, de um lado, como algo constante um quadro de referência que possibilita o curso das proposições relacionadas à experiência e, de outro, como algo inconstante que comporta fissuras, quebras e até desmoronamento. Por fim, desenvolvemos a ideia de que essa precária condição de nossa gramática não impede que confiemos nela e que, unicamente por conta disso, possamos dizer que algumas proposições fundamentam nossos jogos de linguagem. É nesse sentido que o cético, ao tentar colocar uma proposição fundante em nossos jogos tal qual o mundo existe em dúvida, suspende sem perceber a fluência do jogo assertivo que pretende estabelecer e, por que não dizer, sua lógica.