[en] SAMUEL BECKETT EXCENTRIC: CREATION, TRANSLATION AND IDENTITY IN TRILOGY OF FEMININE VOICES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: FÁBIO ALVES FERREIRA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=45687&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=45687&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.45687
Resumo: [pt] Partindo da concepção hoje bastante disseminada de que a tradução é uma atividade especialmente favorável à criação e à crítica, esta tese propõe a tradução de três dos dramatículos de Samuel Beckett, peças escritas originalmente em inglês e traduzidas em seguida para o francês pelo próprio autor: Not I / Pas Moi (1973/1975), Footfalls / Pas (1976/1977) e Rockaby/Berceuse (1981/1982). O projeto tradutório mobiliza as duas versões de cada texto, de uma forma que se quer sensível à riqueza das interferências mútuas entre as soluções de cada língua. Busca, nesse sentido, alguma sintonia com a práxis de criação bilíngue do autor irlandês, método que é, como se sabe, vital para a realização de seu celebrado imperativo poético – cavar um buraco atrás do outro (na linguagem), manifesto na Carta Alemã (1937). Nas traduções para o português brasileiro, a poética da tradução do próprio Beckett é pensada em interseção privilegiada com as reflexões que o crítico e tradutor Haroldo de Campos fez gravitar em torno do conceito de transcriação. A tese reúne uma trilogia que, surgindo depois de Happy Days (1960), traz a voz feminina para o protagonismo: as três peças traduzidas apresentam a questão da instabilidade identitária dessas vozes em monólogos complexos. No âmbito das traduções propostas e dos ensaios críticos e notas que a elas acrescento, busco discutir essa e outras questões conexas na escrita beckettiana: a indeterminação do Eu, sempre oscilante, móvel; a produção de fantasmas, espelhamentos e ecos; e a hibridização de gênero, que agrega a tensão entre a teatralização da narrativa e as soluções líricas. A trilogia de vozes femininas marca a fase final da obra do autor e nunca foi traduzida em conjunto, em especial enfrentando-se o aspecto bilingue dos textos.