Desenvolvimento de mudas arbóreas em sistemas agroflorestais na Terra Indígena Andirá-Marau, Amazônia Central, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gabriel, João Raphaelli
Orientador(a): Alfaia, Sonia Sena
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Agricultura no Trópico Úmido - ATU
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5340
Resumo: Sistemas agroflorestais são formas de uso da terra utilizadas por muito tempo ao redor do mundo. Atualmente tem-se prestado maior atenção a essa prática, com diversos projetos e organizações trabalhando com a otimização das técnicas, para um melhor desenvolvimento desses sistemas. Dentre as diversas maneiras de se estabelecer um sistema agroflorestal, levando em consideração as espécies a serem utilizadas, o ambiente em que se encontra e o tipo de sistema a ser implementado, o entendimento dos fatores que possam influenciar os plantios são de suma importância para um maior sucesso desses. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento inicial de mudas de 16 espécies plantadas em diferentes ambientes, pela influência de fatores ambientais e do manejo de agricultores locais. O estudo foi realizado na Terra Indígena Andirá-Marau (Amazonas - Brasil) e contou com oito diferentes plantios em ambientes com diferentes práticas agrícolas. Foram avaliados os parâmetros de desempenho vegetal o Estoque de Carbono (CARBON), o Incremento Absoluto do Diâmetro (ADI), a Taxa de Crescimento Relativo (RGR) e a Área Foliar Específica (SLA). Como fatores de influência no desempenho das mudas foram avaliados: a Qualidade dos Solos (química e física), a porcentagem de Cobertura Vegetal (VC), a Distância dos plantios para a Floresta (FD), Biomassa Acima do Solo (AGB), Riqueza de Espécies (SP_RICH), Biomassa da Serrapilheira, Biomassa de Carvão, Vizinho Próximo das mudas plantadas e Índice de Competição. Como análise descritiva, os solos foram analisados utilizando o teste ANOVA (two-factor) entre as profundidades e a áreas. Também de forma descritiva foram analisados os plantios quanto: sobrevivência das mudas, composição de espécies, espaçamento, altura e biomassa. Para análise dos dados foram utilizadas regressões lineares entre cada medida de desempenho e cada fator de influência, como forma exploratória dos dados. Posteriormente utilizo-se a análise Structural Equation Modeling (SEM) para testar como os fatores influenciam o desempenho das mudas de forma conjunta. Por fim, para testar como os modelos gerais para todas as espécies influenciam de maneira específica, foi testado modelos para a espécie Carapa guianensis Aubl. Como resultado, pode-se observar que ao longo do projeto 45% das mudas morreram (9% entre Dez 2014 e Dez 2015, 32% entre Dez 2015 e Ago 2016, 11% entre Ago 2016 e Fev 2017), devido principalmente a grande seca no 2o. semestre de 2015. As espécies Ingá, Urucum, Andiroba e Graviola mostraram grande variabilidade no acumulo de biomassa, enquanto Acerola, Cumaru, Guaraná e Mogno variaram muito menos. Já a análise exploratória nos mostrou que o RGR foi influenciado positivamente por FD e pelos nutrientes do solo Mn, Ca, Mg, K e CEC e negativamente por Fe; o Estoque de Carbono foi influenciado positivamente por FD, Biomassa de Carvão, Vizinho Próximo, pelos nutrientes do solo Al, Mg, K, C, N, CEC e negativamente por Densidade do Solo e Fe; o ADI foi influenciado positivamente por FD, Vizinho Próximo, pelos nutrientes Al, Mg, K, C, N, CEC e negativamente por Densidade do Solo e Fe; SLA foi influenciada positivamente por VC e AGB. Nos modelos gerais para todas as espécies, em SEM, vimos que o Estoque de Carbono teve 14% de variação explicada pelo modelo, ADI teve 14%, RGR teve 11% e SLA teve 10%. Para o modelo específico (Carapa guianensis) a porcentagem de variação explicada pelos modelos foram, Estoque de Carbono com 31%, ADI com 27 %, RGR com 10% e SLA com 71%. Podemos concluir que os fatores do solo (C, N, P, Mg, CEC, pH, Textura e Densidade), Biomassa da Serrapilheira, VC e Vizinho Próximo, tiveram maior influência no desempenho inicial das mudas nos sistemas agroflorestais implantados, devendo ser levadas em consideração nas práticas de manejo.