Crescimento e incremento de espécies arbóreas dominantes na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Durgante, Flávia Machado
Orientador(a): Higuchi, Niro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4981
http://lattes.cnpq.br/9866263113578229
Resumo: O manejo florestal na Amazônia precisa abastecer o mercado madeireiro mantendo a floresta em pé. Estudos de crescimento e incremento das árvores são essenciais para determinar o ciclo de corte na floresta. Com o intuito de incentivar o manejo florestal da espécie hiperdominante na Amazônia Central a presente tese focou em três objetivos gerais: i. comparação de métodos para determinar incremento; ii. descrever a variação temporal do incremento; iii. determinar o incremento periódico anual (IPA) do matamatá amarelo no Amazonas. A comparação de métodos utilizou o IPA determinado com métodos isotópicos (δ18Owc e 14C) comparados com o de parcelas permanentes de 23 anos medições anuais com fitas dendrométricas e 14 anos de medições mensais com bandas dendrométricas. Para selecionadas espécies de matamatá amarelo e ucuuba puna os anéis isotópicos de 18O apresentaram forte evidência (p=0.0001) para rejeitar a hipótese de similitude na estimativa do incremento quando comparado com as de parcelas permanentes; ii. o IPA determinado por 14C ao comparar com o estimado em parcelas permanentes não apresenta evidências para rejeitar a semelha entre os métodos, ou seja, a datação de 14C estima o incremento das árvores com elevada semelhança ao estimado em 23 anos de monitoramento em parcelas testemunha do Bionte (p=0.997) e 14 anos de monitoramento mensal com bandas dendrométricas (p= 0.83). A variação temporal do incremento corrente anual (ICA) foi descrita com base no desvio padrão do incremento ao longo do tempo e com a detecção e análise da frequencia de anos com incremento nulo ou negativos em dois tipos de parcelas permanentes. A variação do ICA ao longo do tempo comprova a ocorrência de anos de incremento nulo nas árvores na Amazônia Central. 60% das árvores monitoradas entre 10 e 14 anos com bandas dendrométricas apresentaram ao menos um ano de incremento nulo. Em média 20% do tempo monitorado dessas árvores foi de incremento nulo. Há uma forte correlação positiva (r= 0,87 e p= 0,002) entre % de árvores com incremento nulo e o número de dias sem chuva no respectivo ano. Períodos de dois anos ou mais de incremento nulo consecutivos podem ocorrer em árvores amazônicas, que não são justificados apenas pela intensidade do período seco. As lacunas entre os métodos de datação por 14C e δ18O podem ser explicadas por períodos de anéis ausentes que impedem reconhecer a passagem do tempo em ferramentas que necessitam um crescimento contínuo no tronco. A investigação do IPA da morfoespécie matamatá amarelo na Amazônia Central contemplou dois objetivos específicos: i. determinar o IPA utilizando datação por 14C em 6 localidades do Amazonas; ii. investigar quais fatores ambientais e morfométricos estão relacionados com o IPA do matamatá amarelo. O IPA médio do matamatá amarelo no Amazonas foi de 2,04±0.53 mm/ano. Há fortes evidências de variação do incremento desta espécie nos diferentes sítios (p=0,0005). As localidades com solos com baixos teores de nutrientes como Maués e São Gabriel da Cachoeira apresentaram os menores valores de incrementos. As árvores sitiadas em solos oriundos dos Andes no local com maior sazonalidade do períodos seco apresentaram um maior taxa incremento (município de Manicoré). A variação do incremento de acordo com as variações ambientais no Amazonas apontam que o matamatá amarelo é uma espécie elástica. Espécies elásticas se detacam no manejo florestal por serem potencialmente manejáveis ao responder a intervenções silviculturais, como abertura de clareiras. A elevada variação do incremento nos diferentes sítios aponta a necessidade de determinar um ciclo de corte para cada sítio.