Influência do microclima de uma floresta primária de baixio e de platô sobre a temperatura e trocas gasosa foliares de duas espécies árboreas na Amazônia central
Ano de defesa: | 2009 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
|
Programa de Pós-Graduação: |
Ciências de Florestas Tropicais - CFT
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5015 http://lattes.cnpq.br/1827460693954336 |
Resumo: | Entender as interações do contínuo solo-planta-atmosfera são importantes para gerar informações sobre os ecossistemas florestais. Neste contexto, este trabalho teve por objetivo investigar a influência das características topográficas (baixio e platô) e das condições microclimáticas sobre a temperatura foliar e as trocas gasosas de folhas de duas espécies arbóreas de uma floresta primária na Amazônia Central. A pesquisa foi realizada na Reserva Biológica do Cuieiras (2º35’22’’S, 60º06’55’’W). As espécies estudadas foram o cardeiro (Scleronema micranthum) e o matamata (Eschweilera sp. e Eschweilera aff. micrantha (Berg.) Miers.). A pesquisa foi realizada durante a época de menor precipitação na região no ano de 2007, sendo esta época subdividida em três períodos: o período I que compreendeu os meses de junho e julho, e que corresponde ao início da estação seca, o período II os meses de agosto e setembro, que corresponde à parte intermediária e final da estação seca e a período III os meses de outubro e novembro, que corresponde à parte final da estação seca e início da estação chuvosa. As variáveis climáticas foram obtidas a partir da instrumentação instalada em duas torres de monitoramento climático já existentes na reserva, sendo uma em área de baixio e outra de platô. As demais variáveis analisadas foram: textura e características químicas e nutricionais do solo; concentração de nutrientes foliares, área foliar (AF), área foliar específica (AFE), potencial da água na folha ( w) e medidas da temperatura foliar (Tf); medidas das taxas fotossintéticas e de fluorescência da clorofila a. Os resultados mostraram que a Tf apresentou grande variação nas duas espécies estudadas no platô (não foi possível determinar a Tf nas plantas do baixio) durante o período II e III em que as medidas foram realizadas. Adicionalmente, verificou-se que estas variações foram bem correlacionadas com a RFA, com a Ta e com a umidade relativa do ar. Por sua vez, as trocas gasosas foliares apresentaram marcante diferença entre categorias topográficas, onde as plantas do baixio apresentaram maiores taxas fotossintéticas. Para as variáveis da fluorescência da clorofila a, os indivíduos estudados não exibirão dano fotoinibitório. Por tudo isso, tendo em conta a época dos experimentos, período de menor precipitação e a necessidade das árvores de intensificar os mecanismos de manutenção da temperatura foliar, acredita-se que as árvores do baixio puderam realizar esta função com melhor desempenho, devido a menor altura das árvores, maior disponibilidade de fósforo e potássio e maior concentração de CO2 atmosférico no baixio, apresentando desta forma, maiores taxas de trocas gasosas foliares do que as plantas do platô. Com respeito à disponibilidade hídrica do solo, embora o lençol freático situe-se muito mais próximo da superfície no baixio em comparação ao platô, o solo do baixio, mais arenoso e com menor capacidade de retenção de água, ficou ainda mais seco que o platô, pelo menos nas primeiras camadas até 1m de profundidade, durante quase todo o período da estação seca, mas essa condição não parece ter afetado as trocas gasosas. Portanto, conclui-se que a temperatura das folhas e as trocas gasosas são parâmetros bastante sensíveis para registrar o efeito das diferentes características dos solos, associadas às variações topográficas sobre as interações planta-microclima de dossel na floresta Amazônica. |