Conhecimento local sobre o boto vermelho, Inia geoffrensis (de Blainville, 1817), no baixo rio Negro e um estudo de caso de suas interações com humanos.
Ano de defesa: | 2005 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11976 http://lattes.cnpq.br/0695382384036724 |
Resumo: | O boto vermelho, Inia geoffrensis, é o maior cetáceo de rio, endêmico das bacias dos rios Amazonas e Orinoco, onde se encontra amplamente distribuído. Por toda sua distribuição, o boto vermelho é conhecido e faz parte do folclore e da cultura do povo amazônico. Apesar da sua extensa distribuição e abundância, há poucos estudos sobre a ecologia, biologia e sobre o conhecimento popular desses animais. Para estudar o conhecimento local sobre o boto vermelho, no baixo rio NegroAM foram realizados dois tipos de entrevistas. Na primeira obtevese um panorama geral do conhecimento sobre a biologia e ecologia desses animais e comparouse com o conhecimento científico observando que por diferentes formas de se expressar, as pessoas entrevistadas percebem muito bem o ambiente em que vivem, o que pode permitir uma troca de conhecimentos com o conhecimento científico. O segundo tipo de entrevista visou estudar o conhecimento cultural como consenso e verificouse uma variação intracultural entre localidades, classe etária e escolaridade, observando uma quebra de tabus sobre o boto e, assim, a desmistificação das lendas e mitos existentes sobre o boto vermelho. O estudo do conhecimento local mostrou uma relação de interação do homem com o boto, sendo dessa forma que o homem adquire o conhecimento empírico da biologia e ecologia do boto. Em Novo Airão, cidade localizada às margens do rio NegroAM, existe um grupo de botos vermelhos que interagem diariamente com humanos. Esses animais nadam perto das pessoas, se mostram bem curiosos e tranqüilos nas interações, permitindo que sejam tocados e alimentados diretamente das mãos das pessoas. A escassez de estudos comportamentais de botos pode ser devido às características do habitat onde ele ocorre, que dificulta a avistagem e a identificação dos animais a serem estudados. Esse grupo de botos ofereceu oportunidade única para se estudar a interação entre botos e humanos na natureza. A possibilidade de aproximação desses animais facilitou sua visualização e identificação, importantes ferramentas no estudo de comportamento intra e interespecífico. Verificouse ainda, uma baixa variação dos padrões de interação com humanos e que esses botos vermelhos não apresentam padrões de associação. O conhecimento tradicional sobre o boto vermelho e o seu comportamento de interação inter e intraespecífica na natureza provaram ser importantes ferramentas para o conhecimento da espécie, fator essencial para a elaboração de estratégias para a sua conservação desse golfinho de rio. |