Hematologia e bioquímica sangüínea do boto Vermelho Inia Geoffrensis (de Blainville, 1817)
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11265 http://lattes.cnpq.br/7744856195946786 |
Resumo: | Os golfinhos de rio estão entre os cetáceos menos conhecidos e mais ameaçados do mundo. O boto vermelho (Inia geoffrensis) é endêmico e amplamente distribuído nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco. Visando aumentar conhecimento sobre a biologia básica e fisiologia do mesmo, o presente trabalho reporta os parâmetros hematológicos e bioquímicos de 109 botos de vida livre da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. As colheitas foram realizadas durante o mês de novembro de 2004 e 2005. O sangue foi colhido do pedúnculo caudal da nadadeira dorsal, e ocasionalmente dos vasos das nadadeiras peitoral e caudal. Uma comparação entre amostras de soro congeladas foi realizada a fim de averiguar a viabilidade destas após o congelamento por 60 dias a –80°C. Um teste de correlação entre os parâmetros do sangue e a freqüência cardíaca e respiratória foi feito para avaliar o efeito do estresse sobre os parâmetros hematológicos. Poucas diferenças foram encontradas entre machos e fêmeas, com exceção da concentração hemoglobínica corpuscular média (CHCM) e da atividade sérica da fosfatase alcalina, ambas maiores nos machos. Dentre as diferenças observadas entre as classes etárias, os filhotes apresentaram valores mais elevados para quase todos os parâmetros. Animais jovens em fase de crescimento apresentaram caracteristicamente maiores níveis séricos de cálcio e atividade sérica de fosfatase alcalina, ambos associados ao desenvolvimento contínuo dos ossos. Os filhotes também apresentaram maior atividade sérica da creatina quinase (CK), maior porcentagem de linfócitos, e maior número de leucócitos. Este número significativamente mais elevado de leucócitos nos filhotes é um reflexo do sistema imunológico ainda em desenvolvimento. Apenas a velocidade de hemossedimentação (VHS), e a porcentagem de eosinófilos foi maior nos adultos. Fêmeas prenhes apresentaram caracteristicamente níveis séricos mais elevados de quatro elementos envolvidos no metabolismo energético: albumina, amilase, colesterol e triglicérides; e também de uréia, provavelmente como resultado de um maior consumo de proteínas para suprir as demandas energéticas durante a gestação. O congelamento do soro por 60 dias provocou alterações significativas em 13 dos 19 elementos bioquímicos analisados. As atividades séricas de aspartato transaminase (AST), alanina aminotransferase (ALT) e fosfatase alcalina tiveram uma redução de 27%, 23% e 23%, respectivamente. Os níveis séricos de albumina, cálcio, colesterol, ferro, glicose, magnésio e uréia também apresentaram um decréscimo significativo (22%, 40%, 26%,47%, 40% e 48%, respectivamente). Já os níveis séricos de bilirrubina indireta, bilirrubina total e da atividade sérica da gama glutamil transferase (GGT) apresentaram-se maiores após congelamento das amostras por 60 dias. A correlação positiva encontrada entre o número de leucócitos e a freqüência respiratória foi influenciada pelo maior número destas células nos filhotes, bem como a freqüência respiratória naturalmente mais elevada nesta classe etária. Não é possível afirmar que animais aparentemente mais estressados (com freqüência respiratória maior) têm maior número de leucócitos circulantes. |