Distribuição e estimativa populacional de boto vermelho (inia geoffrensis) e tucuxi (sotalia fluviatilis) no baixo Rio Negro, Amazonas.
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11389 http://lattes.cnpq.br/6533253120254463 |
Resumo: | Informações sobre uso de habitat e densidade populacional são essenciais para conhecimento da dinâmica populacional de espécies. Além disso, são importantes para guiar medidas de conservação e manejo. Na Amazônia, devido à proximidade com populações humanas, os golfinhos de rio são considerados como espécies ameaçadas. Porém, de acordo com a IUCN, é limitada a quantidade de informações sobre ameaças sofridas, ecologia, estimativas e tendências populacionais para os botos-vermelho e tucuxis. Com objetivo de preencher esta lacuna, o presente estudo determinou a densidade populacional e a distribuição desses golfinhos no baixo rio Negro, verificando a existência de preferência por habitats e áreas de maior densidade. O estudo foi realizado na região do baixo rio Negro, compreendida entres os municípios de Novo Airão e Manaus. Duas expedições de campo foram realizadas em 2016: uma no período de enchente (abril) e outra no período de vazante (outubro) do rio. Duas embarcações foram utilizadas: barco regional de 16m de comprimento com dois andares e lancha pequena com motor de 15hp. Para a contagem, houve a combinação de duas metodologias de levantamento: transectos de banda de 200m nas margens e transectos lineares, com o uso de amostragem de distância, no centro do rio. No período de enchente (abril), houve 298 avistagens, com 195 botos-vermelhos e 333 tucuxis, e taxa de encontro geral de 0,91 indivíduo/km, sendo 0,34 boto-vermelho/km e 0,57 tucuxi/km. No período de vazante (outubro), foram feitas 276 avistagens, com 195 botos-vermelhos e 244 tucuxis, e taxa de encontro geral de 1,08 indivíduos/km, sendo 0,48 boto-vermelho/km e 0,60 tucuxi/km. Durante a enchente, o estrato “lago” teve maior densidade de botos-vermelhos (D = 2,4 ind/km 2) e menor densidade de tucuxis (D = 1,0 ind/km 2). Na vazante, o estrato “paranã” apresentou maior densidade de botos-vermelhos (D = 2,3 ind/km 2) e tucuxis (D = 2,6 ind/km 2). A distribuição desigual de uma espécie, observada ao longo de uma área, é provavelmente resultado de uma distribuição desigual dos recursos, orientada por variação topográfica ou fragmentação do habitat. Apesar da alta diversidade de peixes, o rio Negro apresenta alguns fatores que limitam a abundância das espécies existentes, como níveis baixos de nutrientes (oligotrofia), desgaste provocado pelo pulso de inundação e baixa produtividade de biomassa animal e vegetal. Além disso, as estimativas de densidades são dificultadas pelo comportamento discreto dos golfinhos e sua alta mobilidade. Esse estudo é a primeira tentativa de estimativa populacional de botovermelho e tucuxi no baixo rio Negro. Espera-se que os resultados encontrados possam servir de base para futuras pesquisas e medidas efetivas de conservação. |