Distribuição e estimativas populacionais do boto inia geoffrensis (de blainville, 1817) (iniidae) no médio Rio Araguaia (Brasil central)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Araújo, Claryana Costa
Orientador(a): Silva, Vera Maria Ferreira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11275
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4220744T6
Resumo: Este estudo é pioneiro em avaliar a abundância e densidade do boto Inia geoffrensis no rio Araguaia, aplicando a metodologia de amostragem de distâncias e utilizando transectos de banda e linear. O estudo foi realizado em 530 km do médio rio Araguaia (Brasil Central). A coleta de dados ocorreu em maio e setembro de 2009 (vazante e seca, respectivamente). A maioria das detecções feitas foi de animais solitários (88.3% - maio e 74.3% - setembro). A média geral do tamanho de grupo foi de 1.23 (DP = 0.49; n = 195). A densidade de botos resultante das análises do DISTANCE foi de 0.84 botos/km2 e a abundância de 83; para os transectos de banda a densidade média encontrada foi de 0.75 botos/km2. Os dados obtidos nos permitiram inferir a abundância de botos para o médio rio Araguaia, o que representa cerca de 1/4 de todo o rio. No entanto, sabe-se que os botos não se distribuem uniformemente ao longo do rio e a extrapolação das estimativas obtidas neste estudo para toda a extensão do rio Araguaia deve ser feita com cautela. Neste trabalho foi caracterizada a distribuição dos botos ao longo do médio rio Araguaia (Brasil Central) e verificada a existência de habitats preferenciais da espécie. A coleta de dados ocorreu em maio (vazante) e setembro (seca) de 2009 sendo coletados dados sobre ocorrência do grupo e tipo de habitat. Os habitats foram quantificados e georreferenciados e o rio foi dividido em nove segmentos de acordo com suas características geomorfologicas (e posteriormente agrupados em SEG I e SEG II, baixo e alto aporte de sedimentos, respectivamente). Ao longo de toda a área de estudo foram identificados seis tipos de habitats marginais (Barranco com vegetação, Barranco, Praia, Boca, Remanso e Ilha). Houve um total de 195 avistagens (239 botos). Os botos não ocorreram de maneira uniforme havendo maiores densidades em certos tipos de habitats tanto em maio quanto em setembro. O habitat com maior densidade de boto foi Boca ; seguido de Remanso . Os tamanhos de grupo também variaram de acordo com o habitat. A distribuição destes animais não foi uniforme ao longo do trecho em estudo, havendo maiores densidades no SEG II do que no SEG I. A distribuição e o uso do habitat destes golfinhos estão fortemente relacionados à distribuição de suas presas e às modificações sazonais dos habitat ao longo do rio.