Infecção experimental de hamsters dourados (Mesocricetus auratus) por Leishmania spp.: vias oral e intragástrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Reimann, Mayra Mansur
Orientador(a): Roque, André Luiz Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28356
Resumo: O gênero Leishmania compreende mais de 20 espécies de protozoários transmitidas entre mamíferos por insetos flebotomíneos. No entanto, sabe-se que a transmissão também ocorre de forma direta (vias transplacentária, sexual e transfusional), e que outras formas de transmissão também podem estar envolvidas, como a transmissão por outros vetores, como o carrapato Rhipicephalus sanguineus, por exemplo, além da via oral. O presente estudo objetivou avaliar a possibilidade da infecção experimental de Leishmania braziliensis e Leishmania infantum por via intragástrica e oral em hamsters dourados (Mesocricetus auratus). O primeiro conjunto de grupos experimentais foi infectado experimentalmente com 106 formas promastigotas derivadas de cultura axênica de L. braziliensis: grupo A (GA) \2013 animais inoculados por via intradérmica (ID) - grupo controle; GB- inoculados por via intragástrica (IG); GC- inoculados por via oral (VO) com cultura. No GD os animais foram inoculados por VO com cultura de macrófagos, que tinham sido infectados com 105 formas promastigotas de L. braziliensis. Ao final de 120 dias, todos os animais foram eutanasiados para realização de diagnóstico parasitológico, sorológico, histopatológico e molecular. A infecção nos animais dos grupos A e B foi confirmada por sorologia, imprint, cultura e PCR. Após 120 dias foram feitos 3 novos grupos: GE - animais infectados pela ingestão de Lutzomya longipalpis, que foram alimentadas na lesão dérmica de animal do grupo A; GF - animais infectados por VO com um fragmento de lesão dérmica oriunda do grupo A; GGinfectados por VO com fragmento de baço oriundo de um animal do grupo B Após a necropsia, os animais dos grupos C a G não mostraram positividade em nenhuma das análises realizadas. O segundo conjunto de grupos experimentais foi submetido à infecção com 106 formas promastigotas derivadas de cultura axênica de L. infantum: GA- animais inoculados por via intraperitoneal (IP), grupo controle; GB- inoculados por via IG; GCinoculados por VO com cultura. Os animais do GD- inoculados por VO com cultura de macrófagos infectados com 2,5x107 formas promastigotas de L. infantum por mL. Transcorridos os 120 dias de infecção, os animais foram eutanasiados para análise. Apenas a infecção dos animais do grupo A (controle) foi confirmada até o momento, por sorologia, cultura e PCR de baço. A partir dos Grupos A e B foram criados os grupos: E- animais infectados pela ingestão de L. longipalpis, que foram alimentados em animal do grupo A; GF- infectados VO com fragmento de baço do grupo B. Os grupos E e F também foram negativos em todas as análises realizadas até o momento. O sucesso obtido na infecção experimental de hamsters com L. braziliensis por via intragástrica comprova que essa via de infecção é possível em mamíferos. Esses resultados encorajam a realização de novas tentativas que comprovem a possibilidade de infeção intragástrica ou oral, utilizando diferentes fontes de inóculo e com espécies diferentes de Leishmania. Definir a viabilidade de novas vias de transmissão de um parasito é fundamental para entender sua dinâmica de manutenção e transmissão na natureza, propondo estratégias diferenciadas e eficazes de prevenção e controle da parasitose.