Avaliação da evolução da infecção experimental in vitro e in vivo em hamster, Mesocricetus auratus, causada por Leishmania (L.) infantum chagasi isoladas de pacientes com leishmaniose visceral humana e leishmaniose cutânea atípica no município de Amapala

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Flores, Gabriela Venicia Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-14062022-124254/
Resumo: Em Honduras, a infecção por L. (L.) infantum chagasi causa além de leishmaniose visceral (LV), leishmaniose cutânea não ulcerada ou atípica (LCNU), em uma mesma área geográfica. Com o intuito de conhecer melhor o papel do parasito na patogenia da infecção causada por L. (L.) infantum chagasi na América Central, o presente estudo teve como objetivo a caracterização de parasitos isolados de pacientes com LV e LCNU no município de Amapala, Valle, Honduras; assim como a avaliação in vitro de sua interação com a célula hospedeira, e a avaliação in vivo da evolução da infecção experimental em Mesocricetus auratus por estes isolados. A hsp70 PCR-RFLP, utilizando a enzima de restrição HaeIII, caracterizou os isolados de sangue periférico de paciente com LV e de lesão cutânea de paciente com LCNU como L. (L.) infantum chagasi. Genes do maxicírculo mostraram a existência de duas diferentes linhagens entre a mesma espécie, L. (L.) infantum chagasi, uma responsável por LV no Brasil e outra por LCNU em Honduras, separando filogeneticamente cepas viscerotrópicas e dermotrópicas. Os LPGs de todas as cepas de LCNU mostraram-se mais pró-inflamatórios do que aqueles das cepas viscerotrópicas por sua capacidade de induzir a produção de NO, IL-6 e TNF- em macrófagos peritoneais de camundongos. No estudo in vitro, foi observado índice de infecção de macrófagos maior a 32 °C e 34 °C para as cepas isoladas de lesão de pele de pacientes acometidos por LCNU, sem diferença em relação ao tempo de infecção (24 e 48 horas). Já para as cepas viscerotrópicas, foi observado índice de infecção maior a 34 °C e 36 °C, sendo maior ainda às 48 horas de incubação na temperatura de 36 °C. Nos sobrenadantes das culturas de macrófagos peritoneais de hamsters infectados com as diferentes cepas estudadas foram detectados baixos níveis de metabólitos derivados de oxigênio e de nitrogênio, assim como de citocinas inflamatórias, que não mostraram correlação, como o índice de infecção. No estudo in vivo, os animais infectados por via subcutânea com as diferentes cepas do parasito não desenvolveram lesão macroscópica no sítio de inoculação e as alterações histopatológicas na derme foram muito discretas. Em relação ao estudo histopatológico das vísceras, observou-se que o infiltrado inflamatório mononuclear portal e a presença de nódulos no parênquima hepático, assim como a proliferação de macrófagos no baço aumentaram com o tempo de evolução da infecção, tanto nos animais inoculados por via subcutânea, quanto intraperitoneal, com as diferentes cepas, dermotrópicas e viscerotrópicas. A carga parasitária no fígado dos animais infectados com as diferentes cepas dermotrópicas, mostrou um aumento, em função do tempo de infecção, independente da via de inoculação utilizada. Por outro lado, no baço, a carga parasitária das cepas dermotrópicas mostraram um aumento em função do tempo de infecção nos animais inoculados por via intraperitoneal; enquanto nos animais inoculados por via subcutânea além das cepas dermotrópicas, a cepa LV-3 também mostrou um aumento da carga parasitária em função do tempo. A imunidade humoral, avaliada nos soros dos hamsters infectados com as diferentes cepas de L. (L.) infantum chagasi, mostrou aumento nos títulos de IgG total em função do tempo de infecção, independe da via de inoculação utilizada. Em relação à imunidade celular, não observamos aumento ou diminuição expressivos de citocinas pró e anti-inflamatórias em relação ao controle saudável, com exceção de IL-10 que se mostrou mais evidente em todos os grupos experimentais. Em conjunto, nossos resultados mostram diferenças genotípicas e fenotípicas entre parasitos isolados de pacientes com leishmaniose visceral e leishmaniose cutânea não ulcerada, que refletiram parcialmente na infecção in vitro, porém não na infecção in vivo, onde uma complexidade maior de elementos da resposta imune concorre para a suscetibilidade do hospedeiro vertebrado à infecção por L. (L.) infantum chagasi