Padrões imunopatológicos que influenciam no desfecho clínico das lesões cutâneas ocasionadas por Leishmania (Viannia) braziliensis no modelo hamster dourado (Mesocricetus auratus)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araujo, Thais Braga Gomes
Orientador(a): Cruz, Alda Maria da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49199
Resumo: A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença de ampla incidência, cuja principal espécie envolvida é a Leishmania (Viannia) braziliensis. Um modelo promissor para estudo dessa doença é o hamster dourado (Mesocricetus auratus). Resultados prévios de nosso grupo utilizando esse modelo e crescentes inóculos do parasito (104 , 105 e 106 promastigotas de L. braziliensis /20 µL) demonstraram que o tamanho e gravidade das lesões não foram proporcionais ao inóculo e que aos 50 dias de infecção, as lesões ocasionadas pelos inóculos de 105 e 106 evoluíram similarmente. Isso sugere que há características particulares que influenciam no desfecho e evolução da doença. Baseado nisso, objetivamos descrever as características histopatológicas, determinar o perfil de citocinas (IFN \0263, IL-10, TGF-\03B2, TNF, IL-4 e IL-6) e enzimas (iNOS e arginase) em 4h, 24h, 15, 30 e 50 dias pósinfecção (dpi) em peles de hamsters infectados com L. (Viannia) braziliensis. Para isso, utilizamos técnicas histopatológicas e PCR em tempo real. Também detectamos igG anti-Leishmania por meio de ELISA. Fizemos análises em rede e paramétrica desses biomarcadores e imunohistoquímica anti-Leishmania às 4h e 24h. Observamos que, o tempo de surgimento das lesões foi inversamente proporcional ao inóculo. Contudo, o aspecto e a mediana do tamanho das lesões e presença de IgG foram diretamente proporcionais ao tempo de infecção e ao inóculo. Até 15 dpi, o parasito se replicou ativamente sem sinais clínicos. O aparecimento de lesões coincidiu com o aumento de TGF- \03B2. A arginase aumentou até 50 dpi, o que favoreceu a replicação parasitária. Houve também aumento de iNOS na maior parte dos animais nesse período, o que não conteve a carga parasitária. Houve modulação positiva de IL-6, IL-10 e IL-4 nos animais dos inóculos 105 e 106 , mas não nos inoculados com 104 parasitos às 4h. Às 24h, houve indução de IFN-\03B3 e TNF. Foram observadas às 4h antígenos de Leishmania fragmentados e às 24h algumas amastigotas íntegras. A análise multivariada mostrou que IFN-\03B3 foi a única citocina que impactou na evolução clínica. As análises de rede mostraram que os animais infectados com 104 promastigotas/20 µL e aqueles que, independentemente da carga parasitária evoluíram com controle da doença tiveram um maior número de interações positivas.