Mulheres em deslocamento, violência como constante: impactos da violência de gênero e da condição do refúgio na saúde mental de mulheres refugiadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cardim, Gabriela Mendes
Orientador(a): Constantino, Patricia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50804
Resumo: Esta dissertação investigará as violências que afetam a vida de mulheres refugiadas e os consequentes impactos desses fenômenos para a saúde mental dos sujeitos estudados. Além disso, propõe-se a identificar níveis de prevalência de transtornos mentais em mulheres refugiadas, assim como delinear quais violências trazem maior sofrimento psíquico e ocorrem com maior frequência. A partir deste ponto, tem-se a pretensão de analisar as estratégias de enfrentamento individuais e coletivas passíveis de mitigar os efeitos adversos do refúgio, da violência de gênero e de eventos traumáticos. Empregou-se, como metodologia, uma revisão integrativa da literatura, na qual foram recuperados 454 artigos. Após a leitura e seleção dos materiais a partir de critérios de inclusão que abarcassem o foco em gênero, violência e saúde mental, classificaram-se os achados por meio de categorias e foram feitas discussões, embasadas no referencial teórico, quanto à metodologia e conteúdo dos artigos recuperados. A partir das reflexões desenvolvidas, nota-se uma conjunção de fatores de risco que se entrelaçam na vida de mulheres refugiadas e afetam negativamente a saúde mental desses sujeitos: a alta prevalência da violência de gênero por parceiro íntimo, somada a fatores contextuais e estruturais ao refúgio como isolamento social, dificuldades de adaptação, vulnerabilidade econômica, despreparo da assistência social e sistema de saúde nos países de destino. Assim, trata-se de sujeitos cujas experiências resguardam certa proximidade com mulheres nãorefugiadas, no que tange à violência por parceiro íntimo e a opressão pelo patriarcado, mas particularidades determinadas pelo refúgio, o que requer um olhar atento e práticas flexíveis na promoção de assistência e enfrentamento junto a esses indivíduos.