Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Colonese, Cristiane Ferraz |
Orientador(a): |
Pinto, Liana Wernersbach |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58576
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Resumo: |
Introdução: sabe-se que durante a gestação a mulher encontra-se em uma fase de maior vulnerabilidade, agravando as consequências do ciclo da violência. Os serviços de atenção primária à saúde são importantes agentes na detecção dos casos de violência contra a gestante. Será no atendimento de pré-natal que a violência pelo parceiro íntimo (VPI) deverá ser abordada com intuito de realizar a identificação precoce do caso e evitar um desfecho perinatal negativo, o aborto e a mortalidade materna. Objetivo: Analisar o fenômeno da violência contra mulheres gestantes por parceiros íntimos e sua relação com os desfechos perinatais negativos e o aborto. Os resultados foram apresentados na forma de quatro artigos. Métodos: Dados secundários (artigos 1 e 2): foram analisados dados de gestantes entre 11 e 49 anos de um banco contendo as informações das fichas do Sistema de Informação de Notificação de violência, de 2011 até 2018. Para determinar os fatores associados à violência pelo parceiro íntimo em gestantes negras, ajustou-se um modelo de regressão logística. Dados primários (artigos 3 e 4): pesquisa de campo com 48 gestantes de um serviço de atenção primária à saúde no Rio de Janeiro. Foram aplicados dois questionários no formato de entrevista, o primeiro durante o pré-natal e o segundo no puerpério. Resultados: Artigo 1 - sobre o perfil da gestante que sofreu violência, esta aconteceu mais em pessoas na faixa etária entre 20 a 29 anos, pretas/pardas, com ensino fundamental incompleto e solteiras. A violência de maior ocorrência foi a física. O parceiro ou ex-parceiro foi o agressor mais descrito. Artigo 2 - gestantes negras com ensino fundamental completo possuem uma chance de sofrer violência pelo parceiro 2,369 vezes a daquelas com superior completo; aquelas que relataram ter sofrido violência física possuem uma chance 86% maior de sofrer violência pelo parceiro. Artigo 3 - a maioria das participantes tinha entre 25-30 anos, eram da raça/cor da pele parda, viviam com parceiro e possuíam ensino médio completo. Referente a agressão psicológica, as mulheres perpetraram mais (79,2%) do que sofreram (64,6%). Artigo 4: A agressão psicológica pelo parceiro durante a gravidez foi descrita por duas participantes que tiveram parto de recém-nascido com baixo peso e por uma gestante que teve parto prematuro. Durante o pré-natal, 31,8% foram questionadas pelo profissional de saúde sobre sofrerem violência ou não. Conclusão: É fundamental que haja uma forma padronizada de rastreio de violência pelo parceiro íntimo durante a gravidez nos serviços de pré-natal. Na ocorrência de um desfecho perinatal negativo é preciso dar atenção especial aos casos em que a VPI possa estar relacionada, como em recém-nascidos com peso menor que 2500 gramas e/ou prematuros, situações de óbito fetal ou neonatal e abortos espontâneos sem causa relacionada. |