Resistir, existir : trajetórias das migrantes solo em Porto Alegre (2017 - 2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Serafim, Larissa dos Santos
Orientador(a): Moritz, Maria Lucia Rodrigues de Freitas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/229829
Resumo: As duas últimas décadas têm sido marcadas por um aumento exponencial das migrações forçadas. Devido a guerras civis, insegurança alimentar, desastres ambientais e aumento das desigualdades entre Sul e Norte Global, cada vez mais pessoas necessitam deixar seus países de origem em busca de sobrevivência. Apesar de midiaticamente as atenções estarem voltadas para os fluxos migratórios no continente europeu, as migrações Sul-Sul possuem grande relevância quantitativa. Na América do Sul, os fluxos são predominantemente fronteiriços, com destaque, na última década, para o deslocamento forçado de venezuelanos. No Brasil, no século XXI caracteriza-se a retomada de ondas migratórias, sendo destino, especialmente, de haitianos e venezuelanos. Essa nova onda difere-se das anteriores por seu caráter Sul-Sul e também pela heterogeneidade de seus personagens, especialmente pela feminização das migrações. Atualmente, as mulheres são metade da população deslocada. No entanto, as pesquisas, projetos e políticas, não seguiram essa tendência invisibilizando as experiências engendradas das mulheres migrantes ou colocando-os apenas como coadjuvantes e/ou acompanhantes de seus cônjuges. Posto isso, propomos aqui investigar como gênero molda as experiências de mulheres migrantes, destacando seu protagonismo nesse processo. Para tanto, propomos um estudo de caso, com estrangeiras em Porto Alegre/RS. Entrevistamos 20 mulheres de diferentes raças, origens, etnias e idades, nosso critério foi apenas ter ingressado sozinha, entre os anos de 2017 e 2020, os eixos temáticos foram: maternidade, mercado de trabalho, violências, raça e resistências. Os resultados apontaram para o caráter interseccional de suas vivências, onde gênero se cruza com outros marcadores sociais como nacionalidade, raça e classe formando uma teia complexa de opressões as quais influenciam suas experiências migratórias. No entanto, destacamos que apesar da subalternização a qual elas estão propensas, suas existências como mulheres migrantes solo, apesar da falta de amparo governamental, caracterizam um ato de resistência.