Jornada profissional e autoavaliação de saúde em enfermeiros assistenciaisde hospitais públicos no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fernandes, Juliana da Costa
Orientador(a): Rotenberg, Lúcia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13922
Resumo: A duração da jornada de trabalho é um aspecto essencial das relações entre o trabalho e a saúde, tendo em vista os efeitos deletérios das jornadas extensas à saúde física e mental, qualidade de vida e cuidado do trabalhador. O objetivo desta dissertação foi testar a associação entre a jornada profissional e a autoavaliação de saúde (AAS) de enfermeiros em hospitais públicos no Rio de Janeiro, Brasil. A dissertação baseia-se no banco de dados proveniente do Estudo da Saúde dos Enfermeiros, estudo epidemiológico de corte transversal nos 18 maiores hospitais públicos (...) do município do Rio de Janeiro, englobando as esferas municipal, estadual e federal. Participaram 3229 enfermeiros (82,7 por cento do grupo elegível) entre abril de 2010 e dezembro de 2011, através do auto-preenchimento de um questionário multidimensional relativo a dados sociodemográficos, ocupacionais e de saúde. A jornada de trabalho baseia-se em um recordatório das horas trabalhadas ao longo de uma semana, considerando os plantões diurnos e noturnos em todos os locais de trabalho, sendo categorizada segundo os tercis da distribuição para homens e mulheres. A AAS, considerada um preditor da morbimortalidade em estudos epidemiológicos, foi utilizada como desfecho, tendo sido categorizada em três níveis: bom (muito bom e bom), regular e ruim (ruim e muito ruim). O tratamento dos dados incluiu análises bivariadas, através do teste do qui-quadrado e Anova (nível de significância de 5 por cento) e análises múltiplas através da regressão logística binária, tendo como referência o grupo com jornada mais curta (o primeiro tercil), utilizando-se dois desfechos separadamente: a AAS ruim e a AAS regular. Todas as análises foram estratificadas segundo o gênero. A idade média do grupo de estudo foi de cerca de 40 anos; a maioria dos trabalhadores era casada. (...) Nenhuma associação significativa foi observada entre as longas jornadas de trabalho e a AAS ruim. A adoção de plantões de 12 horas, bem como o acúmulo de empregos é uma realidade nos hospitais brasileiros, resultando em jornadas extensas. Portanto, os resultados apresentados apontam para a premência de se promover intervenções na organização do trabalho e ações voltadas para a valorização da profissão de enfermagem de modo a reduzir a vinculação a diversos empregos, contribuindo assim para atenuar possíveis efeitos sobre a saúde dos trabalhadores e a qualidade do atendimento nos hospitais.