Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Melloni, Maria Teresa |
Orientador(a): |
Facchinetti, Cristiana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6109
|
Resumo: |
O presente trabalho tem o objetivo de compreender a participação do processo de institucionalização da psicanálise na constituição do movimento psicanalítico: a prática da psicanálise e a formação de analistas. Apoiada pelo referencial teórico-metodológico apresentado por Rosenberg e Golden (1977), reunindo autores que nos auxiliaram a ler as fontes a partir de noções como enquadramento, negociação, legitimação e interesses nas relações entre os problemas da saúde, bem como as acomodações sociopolíticas da época, a dissertação divide-se em três eixos principais. O primeiro item descreve a situação política do país, as diretrizes de governo e as bases de negociação que definem a estruturação dos programas de saúde pública no período. Inicialmente focamos a situação do país desde a primeira metade do século XX, incluindo o primeiro governo Vargas (1930), as reestruturações político-administrativas do período do Estado Novo (1937-1945), que se seguiram de um novo panorama, fortemente marcado pelas exigências das alianças do período do pós-guerra (1945). Mostraremos como tais características refletiam-se nos programas das políticas de saúde pública e bem-estar, em face das novas demandas e exigências sociais e econômicas. O segundo item aborda o cenário descortinado pela Assistência ao Alienado, desde Juliano Moreira na direção (1903-1930), em meio às buscas da construção de um Brasil moderno, a fim de tratar, prevenir e controlar os desvios na direção do projeto de nação proposto. Apontamos a seguir para a influência das ideias científicas do período, suas representações e vínculos com os órgãos de governo. Nessa época merece destaque a proliferação de instituições públicas e privadas, entre elas a fundação e fechamento, em São Paulo, da primeira sociedade psicanalítica do Brasil e da América Latina (1928), a ação política da Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM-1932) e a criação do Serviço Nacional de Doenças Mentais (SNDM) em 1941, fonte de apoio e financiamento para a consolidação da psicanálise no Rio de Janeiro. Assim, no terceiro item discutimos como a psicanálise veio adentrar a Assistência aos Psicopatas, o modo pelo qual eram utilizados os conceitos freudianos a partir das necessidades e demandas da psiquiatria da época e os reflexos desse percurso no processo de institucionalização da psicanálise, quando da fundação das duas sociedades cariocas: a Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro – SBPRJ em 1955 e a Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro – SPRJ em 1959, por delegação da International Psychoanalysis Association – IPA. O quarto e último item traz as discussões suscitadas e linhas de influência implicadas no encontro entre as ações de políticas públicas de saúde, a definição e consolidação da prática e do ensino da psiquiatria no período e a forma que a institucionalização da psicanálise tomou nesse cenário, bem como possíveis consequências para as formas de organização política dessas instituições. |