Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Magalhães, Priscila Brito |
Orientador(a): |
Moreira Júnior, Edson Duarte |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4263
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Resumo: |
A leishmaniose visceral humana (LVH) é reconhecida como uma importante doença infecciosa emergente em muitas áreas do mundo. Recentemente, a ocorrência de LVH na periferia de grandes centros urbanos tem causado preocupação à saúde pública. É uma doença insidiosa, com espectro amplo, variando desde a infecção assintomática a casos com doença grave. Já foi descrita em diversos tipos de ambientes e climas, dentre eles não há referências sobre o encontro de casos em manguezal. Assim, o objetivo deste trabalho é Investigar um surto de Leishmaniose Visceral Humana em ecossistema de manguezal, descrevendo as características dos casos confirmados da doença, avaliando a prevalência de infecção por Leishmania em outros moradores dos domicílios com caso, identificando a presença do Lutzomyia longipalpis no domicílio e peridomicílio e, avaliando a prevalência de casos de leishmaniose canina na região. O surto ocorreu no município de Salinas da Margarida, cidade situada no nordeste do Brasil, em 2004. Todos os outros moradores do domicílio (controles) foram avaliados quanto à evidência de infecção prévia por Leishmania sp. usando o teste de Intradermo Reação de Montenegro (IDRM). A presença de pápula/ nódulo, ≥5 mm ou ulceração foi considerada como IDRM positiva. Os fatores de risco foram investigados através de questionário testado e validado. No total, 26 casos foram relatados em 2004. Cerca de 54% eram homens e 46% eram mulheres; 50% tinham menos de 10 anos e a maioria dos casos (69,2%) ocorreram no Distrito de Encarnação, seguido de Pirajuía (11,5%). Todos os pacientes foram diagnosticados pela demonstração parasitológica de Leishmania sp. ou pela apresentação clínica (febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia) com ou sem resposta à terapia antimonial. Foram capturados flebótomos (Lutzomyia longipalpis) em metade das casas (13/26) onde os casos moravam. Foram avaliados 145 moradores (26 casos e 119 controles). Em cerca de 35% dos domicílios 100% dos moradores não-caso apresentavam evidência de infecção. E em 81% das residências (21 de 26) metade ou mais dos moradores nãocaso tinham evidência de infecção. Cerca de 60% dos domicílios tinham cão e em metade das residências foi encontrado flebótomo (Lutzomyia longipalpis) numa única tentativa de captura. Dentre os fatores de risco investigados para LVH, o consumo/ abuso de bebida alcoólica foi significativamente associado à maior chance de desenvolver doença aparente (OR= 10,6). Nosso estudo indica, pela primeira vez, a ocorrência da LVH em um ecossistema de manguezal, inusitado para a adaptação do flebótomo. Os dados indicam também que a maioria dos moradores de domicílios onde ocorreu caso de LVH tem evidência de infecção por Leishmania sp., embora a maioria não desenvolva doença aparente. As implicações destes achados devem ser mais estudadas. |