Mortalidade por leishmaniose visceral em Campo Grande – Mato Grosso do Sul, 2003 – 2008 : aspectos clínicos e laboratoriais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Oliveira, Janaina Michelle de
Orientador(a): Oliveira, Ana Lúcia Lyrio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1864
Resumo: A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa sistêmica conhecida desde a antiguidade, de ampla distribuição geográfica, ocorrendo tanto no Velho Mundo como nas Américas. Caracterizada pelo alto potencial de letalidade, é considerada uma das grandes doenças emergentes, negligenciadas e fora de controle. Visando contribuir com a redução da mortalidade, bem como auxiliar profissionais da saúde no manejo clínico adequado dos pacientes portadores desse agravo, este trabalho teve como objetivo investigar as características clínicas e laboratoriais dos casos que evoluíram para o êxito letal em hospitais públicos de Campo Grande, MS nos anos de 2003 a 2008. Foram analisados 55 prontuários de pacientes que tiveram a leishmaniose visceral como causa de óbito. Entre estes, 37 (67,2%) eram procedentes do município de Campo Grande. Em relação ao sexo, 41 (74,5%) eram do sexo masculino, com predominância da faixa etária acima dos 40 anos. Dos sinais e sintomas presentes no momento da admissão hospitalar, a febre esteve presente em quase todos os casos, ocorrendo em 89,1% dos pacientes. A duração da doença variou de um a 365 dias, com média de 78,2 dias. Na internação, 39 (70,9%) pacientes apresentavam uma ou mais patologias associadas, sendo a desnutrição e o etilismo as mais frequentes. A confirmação do diagnóstico ocorreu em média 6,7 dias após a internação. O antimoniato de N-metil glucamina foi a droga mais utilizada, sendo que 58,2% dos pacientes tiveram algum tipo de reação adversa à medicação. Infecções bacterianas ocorreram antes ou durante a internação em 36 pacientes, destacando-se a sepse e a pneumonia em 66,7% e 63,9% dos casos, respectivamente. Das causas que contribuíram para o óbito, as infecções bacterianas foram as principais, ocorrendo em 27 (49%) dos pacientes. Esses resultados impõem a necessidade de profissionais capacitados para o reconhecimento precoce da doença, bem como o desenvolvimento de novas drogas com baixa toxicidade, a fim de reduzir a mortalidade por essa parasitose.