A Trajetória Conceitual da Deficiência Intelectual e a Prática Pedagógica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pacheco, Mirna Cristina Silva
Orientador(a): Delou, Cristina Maria Carvalho, Fernandes, Edicléa Mascarenhas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58119
Resumo: A presente pesquisa bibliográfica pautada na matriz histórico-cultural,descreve a evolução conceitual da Deficiência Intelectual (DI), considerando as suas repercussões na prática pedagógica. Especificamente, apresenta as mudanças do conceito de DI desde as primeiras concepções até as definições contemporâneas, analisa o conceito de DI na ruptura do modelo médico para o social e posteriormente para o biopsicossocial, refletindo sobre as implicações nas práticas pedagógicas e por último, estabelece um diálogo entre as discussões anteriores trabalhadas no estudo. Para tal empreendimento, foram realizadas pesquisas nas bases de dados: Scielo, Scopus, Lilacs e Google Acadêmico, considerando produções dos últimos trinta anos. Dos 369 artigos encontrados na primeira busca 15 foram selecionados. Na segunda, dos 442 encontrados, foram contemplados 13 artigos. A pesquisa revelou que a DI é um fenômeno complexo, histórico e diacrônico. De acordo com os diferentes contextos sócio-históricos de cada época recebeu vários termos e definições: amência, idiotismo, idiotia, imbecilidade, cretinismo, cretinoide, semicretinos, mente fraca, retardo mental, deficiência mental e recentemente DI, a designação mais adequada. A partir do momento em que as pessoas com DI passaram a ser vistas como “educáveis”, abriram-se as portas da educação e da preocupação com práticas pedagógicas adequadas, as quais durante longo tempo apoiaram-se no modelo médico. Com o rompimento desse modelo e vinculação com o modelo social e depois, com o biopsicossocial, o conceito de DI incorporou um paradigma conciliador entre o modelo médico e modelo social que dialoga com a perspectiva histórico-cultural, e fundamenta-se na abordagem do funcionamento humano que contempla as interações pessoais, ambientais e sociais, com a 9ª edição da AAIDD e da CIF em 2001. Identificou-se que a escola não acompanhou os avanços conceituais de DI, por isso, a prática pedagógica pauta-se amplamente, no modelo médico, que é limitado, tradicional, pois não se adequa as necessidades pedagógicas do aluno, enfatiza a dimensão biológica e culpabiliza o aluno pelo seu desempenho. As pesquisas evidenciam que a prática pedagógica baseada no modelo social, mostra-se adequada e favorável a aprendizagem do aluno com DI por articular-se às suas peculiaridades, buscar a acessibilidade e o apoio necessário ao seu desenvolvimento. Foi observado que os modelos de deficiência influenciam fortemente a prática pedagógica voltada para os alunos com DI e que a proposta biopsicossocial é bastante promissora, inovadora e carece de mais pesquisas