Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pereira Júnior, José Paulo |
Orientador(a): |
Moreira, Maria Elisabeth Lopes,
Carvalho, Paulo Roberto Nassar de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/44498
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Resumo: |
A infecção congênita pelo vírus Zika (ICZ) produz um amplo espectro de complicações perinatais, destacando-se as anomalias estruturais. A associação de achados ultrassonográficos pré-natais (USO) com outros desfechos perinatais adversos, não foi descrita até o momento. Identificamos também um grupo de gestantes cujos conceptos apresentam anomalias estruturais suspeitas de ICZ, porém sem diagnóstico etiológico. Desenvolvemos duas linhas de trabalho. O primeiro trabalho teve como objetivo determinar se os resultados dos exames de ultrassom (USO) e dopplervelocimetria (doppler) realizados durante o pré-natal estavam associados a desfechos neonatais anormais em gestações afetadas pelo ZIKV. Desenho: recorte de um estudo de coorte prospectiva realizado em um único centro de referência no Rio de Janeiro, entre 01 de setembro de 2015 a 31 de maio de 2016, envolvendo 92 gestantes, portadoras de fetos únicos, infectadas pelo vírus ZIKV, com diagnóstico confirmado por exame de transcriptidase reversa aplicada à reação em cadeia da polimerase (RT-PCR). Medidas: como desfecho primário, utilizamos o resultado neonatal adverso composto (RNAC) (morte perinatal, achados anormais no exame neonatal ou achados anormais na neuroimagem pós-natal). Os desfechos secundários incluíram a associação de achados específicos com desfechos neonatais Resultados: Entre as 92 gestantes e seus conceptos, 55 (60%) apresentaram resultados normais e 37 (40%) resultados anormais nos exames USO. Dos 45 recém-nascidos (RN) com RNAC, 23 (51%) apresentaram resultados normais ao USO. Onze gestantes (12%) apresentaram resultados anormais no exame neonatal (odds ratio ajustado [aOR], 11,6; IC 95%, 1,8-72,8), na neuroimagem pós-natal (aOR, 6,7, IC 95%, 1,1-38,9) e RNAC (aOR, 27,2; IC 95%, 2,5-296,6). Resultados anormais no doppler da artéria cerebral média foram associados a anormalidades do exame neonatal (aOR, 12,8; 95% CI, 2,6-63,2), na neuroimagem pós-natal (aOR, 8,8; IC 95%, 1,7-45,9) e no RNAC (aOR, 20,5; 95% CI, 3,2-132,6). Houve 2 mortes perinatais. Achados anormais no USO pré-natal tiveram uma sensibilidade de 48,9% (IC95%, 33,7%-64,2%) e uma especificidade de 68,1% (IC95%, 52,9%-80,1%) quando associados com os RNAC. Para um resultado normal no USO pré-natal, a sensibilidade foi menor (22,2%; IC95%, 11,2%-37,1%), mas a especificidade foi maior (97,9%; IC95%, 88,7%-99,9%). Conclusão: Resultados anormais nos exames de USO e doppler em gestantes infectadas pelo ZIKV, foram associados a RNAC. Resultados normais no USO pré-natal não estiveram associadas a um desfecho neonatal normal. Frente aos resultados encontrados, recomendamos avaliação completa para todos os RNs expostos ao ZIKV. O segundo trabalho objetivou analisar o comprometimento fetal, utilizando a amniocentese, em gestantes portadoras de fetos com alterações estruturais suspeitas ao USO de ICZ, sem diagnóstico prévio da etiologia. Desenho: estudo de casos que incluiu 16 pacientes. A exposição: amniocentese para realização de RT-PCR para toxoplasmose, ZIKV e citomegalovírus; foi também oferecido cariótipo fetal. Resultados: o exame detectou 7/9 (78%) casos de ICZ; 2 RNs foram diagnosticados após o nascimento. O diagnóstico etiológico foi realizado em 63% dos casos (10/16) Conclusão: a amniocentese foi uma importante ferramenta para diagnosticar ICZ, TORCH e aneuploidias, permitindo o aconselhamento parental adequado, e a programação da assistência perinatal. |