Estratégias e mecanismos de defesa no trabalho de docentes do ensino superior brasileiro na perspectiva da psicodinâmica do trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Grace Bürger de
Orientador(a): Rotenberg, Lúcia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46196
Resumo: Os estudos com docentes de Instituições de Ensino Superior apontam para o inevitável sofrimento no trabalho decorrente da distância entre a história, os desejos do professor e a organização do trabalho, como propõe a Psicodinâmica do Trabalho. Este estudo teve como objetivo analisar a produção científica sobre as estratégias e mecanismos de defesa utilizados por docentes do ensino superior no Brasil, na perspectiva da Psicodinâmica do Trabalho. O estudo baseia-se na metodologia de revisão integrativa, tendo como ponto de partida a realização de busca nas bases de dados BVS regional (Biblioteca Virtual em Saúde), Oasis Ibict (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia) e SciELO (Scientific Electronic Library Online), por terem grande abrangência na América Latina e serem consideradas relevantes para o campo do estudo. A estratégia de busca foi construída através da combinação dos descritores indexados na base de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e palavras chaves. Os resultados baseiam-se (i) na caracterização do material bibliográfico quanto ao tipo de estudo (artigo, tese ou dissertação), área do conhecimento, modelo de instituição estudada (pública ou privada), grupo estudado, objetivos, procedimentos metodológicos e principais estratégias e mecanismos de defesa identificados pelos autores face às adversidades do trabalho e (ii) na síntese dos dados observados com vistas a compor um quadro explicativo das relações entre a organização do trabalho e os recursos de defesa mais utilizados pelos docentes universitários. As defesas que prevaleceram entre os docentes foram os mecanismos individuais de negação. O uso contínuo dos mecanismos de defesa individuais e a negação do sofrimento podem levar ao sofrimento e adoecimento, sendo identificada, na maioria dos estudos, uma tendência à alienação. Somente uma pesquisa abordou questões relacionadas ao gênero, o que entendemos ser fundamental, dadas as diferenciações entre os recursos defensivos utilizados por homens e mulheres diante das vivências de sofrimento que são influenciadas pelas relações de gênero. Na maioria dos estudos, o enfrentamento das situações que indicavam sofrimento e adoecimento, decorrentes da organização do trabalho foi escasso, o que aponta para a necessidade da promoção de espaços que propiciem o diálogo entre os docentes, favorecendo ambientes de trabalho mais saudáveis. São necessários novos estudos que dêem continuidade às investigações com professores de IES no Brasil, dando maior visibilidade aos processos de trabalho e às características da organização do trabalho que causam sofrimento. A maior compreensão da complexidade do processo de prazer- sofrimento entre os professores poderá viabilizar intervenções voltadas para a transformação da organização do trabalho de docentes universitários.