Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Olga Veloso da Silva |
Orientador(a): |
Rotenberg, Lúcia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14202
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Resumo: |
As estratégias coletivas de defesa se apresentam como modos de agir dos trabalhadores frente ao sofrimento, na tentativa de não sucumbir frente a pressões da organização do trabalho. Estas estratégias são construídas coletivamente e integram o arcabouço teórico da Psicodinâmica do Trabalho, proposta por Christophe Dejours. A dissertação teve como o objetivo geral analisar as estratégias coletivas de defesa descritas nos estudos empíricos com trabalhadores de enfermagem que atuam em hospitais brasileiros. Foi realizada uma revisão integrativa, que visa realizar uma síntese e análise crítica do conhecimento produzido acerca do objeto estudado. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: LILACS, SciELO, MEDLINE, BDENF e PePSIC, definindo-se o período 1980-2013 como marco temporal. Como descritores, foram utilizados os termos “enfermagem” e “trabalho" e como palavras-chave os termos “psicodinâmica”, “estratégias coletivas de defesa” e “sofrimento”. Foram selecionados vinte materiais, sendo quinze artigos, três teses e duas dissertações. Todos os textos baseiam-se em abordagens qualitativas; cinco estudos baseiam-se na proposta metodológica preconizada por Dejours. A entrevista semiestruturada foi a técnica mais comumente utilizada, sendo a análise do conteúdo a técnica de interpretação mais frequente. A análise do material bibliográfico sugere uma tendência ao aumento no número de publicações nos anos mais recentes, com média de 1,1 estudos/ano de 2000 a 2009 e média de 1,8 artigos no período 2010-2013. Dentre as publicações relativas a setores específicos do hospital, as Unidades de Terapia Intensiva concentraram o maior número de estudos. As estratégias coletivas de defesa identificadas vinculavam-se, principalmente com o sofrimento decorrente da lida com o paciente e com outros fatores desestabilizantes da organização do trabalho, das condições de trabalho e relações sociais no meio hospitalar. As estratégias mais frequentes nos estudos foram a negação do sofrimento, o distanciamento do paciente e a banalização do sofrimento. Também se destacaram estratégias voltadas para a solidariedade com os colegas e o relacionamento da equipe em situações de dificuldade, a improvisação de recursos materiais a partir de condições precárias de trabalho, ausência e fugas do local de trabalho, além de atitudes de descontração e humor. Em especial nas UTIs a estratégia mais prevalente foi o distanciamento do paciente, o que sugere intenso sofrimento vivenciado pelos trabalhadores em um cenário caracterizado pela urgência, longa permanência dos pacientes, atenção e vigilância. O estudo contribuiu para ampliar as discussões e reflexões sobre as estratégias de enfrentamento frente às vivências de sofrimento no trabalho em hospitais. Os resultados poderão subsidiar discussões sobre a vivência subjetiva do trabalhador de enfermagem no contexto hospitalar, podendo contribuir para a mobilização dos mesmos no sentido de reduzir as adversidades decorrentes da organização do trabalho. |