Ecomorfologia trófica de peixes bioindicadores de riachos submetidos a diferentes graus de antropização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araújo, Jéssica Camilla da Silva Vieira de lattes
Orientador(a): Oliveira, Edson Fontes de lattes
Banca de defesa: Oliveira, Edson Fontes de lattes, Silva, Geuza Cantanhêde da lattes, Prates, Katia Valeria Marques Cardoso lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5209
Resumo: Os ecossistemas aquáticos têm sofrido recorrentes impactos ambientais que implicam em significativas alterações na biota, com repercussões para sua conservação. Diante do exposto, o presente trabalho buscou avaliar as variações nas estruturas ecomorfológica e trófica das assembleias de peixes bioindicadores de riachos submetidos a diferentes graus de antropização (urbano: Cambé, periurbano: Cafezal, e rural: Taquara), localizados na bacia do baixo rio Tibagi (Paraná, Brasil). Foram analisadas as dietas de 20 espécies de peixes reconhecidas como bioindicadoras dos riachos amostrados, utilizando o critério do valor indicador individual (IndVal). Para cada indivíduo foram calculados 26 índices ecomorfológicos. A análise de variância multivariada foi aplicada para testar se há diferenças significativas entre os escores da análise de componentes principais realizada com os índices ecomorfológicos dos indivíduos, investigando se os riachos apresentam estruturas ecomorfológicas diferentes. Variações e semelhanças na dieta foram verificadas aplicando a análise de correspondência destendenciada. A análise de redundância canônica foi aplicada para avaliar as relações entre a ecomorfologia (índices ecomorfológicos) e a ecologia trófica (dietas alimentares) das espécies bioindicadoras. A hipótese nula de que as diversificações ecomorfológica e trófica das assembléias de peixes bioindicadores nas diferentes categorias de riachos estudadas não dependem de relações históricas (filogenéticas) entre as espécies foi testada pelos testes parciais de Mantel e Mantel. A análise das dietas revelou a ocorrência de 11 categorias de recursos alimentares, para as quais foram calculados os índices de importância relativa (IIR): alga, casulo de insetos, detrito, inseto imaturo, inseto adulto, recursos raros, recursos não identificados, microcrustáceo, molusco, peixe e vegetal. Verificou-se a formação de três ecomorfotipos distintos (urbano, periurbano e rural) correspondentes a diferentes graus de ntropização das bacias hidrográficas. No que se refere ao padrão trófico, as categorias de recursos alimentares inseto adulto, inseto imaturo, detrito e vegetal apresentaram os maiores valores de IIR. O riacho rural apresentou a maior diversidade de recursos alimentares, em contraposição ao urbano e periurbano. Há evidências significativas de que quanto mais urbanizada for a bacia, menor será a diversificação ecomorfológica da assembleia de peixes e a diversidade de recursos alimentares disponíveis para serem potencialmente explorados pelas espécies, independente das relações filogenéticas entre as espécies. Portanto, a forma do corpo das espécies bioindicadoras dos riachos urbano, periurbano e rural se revelaram um boa preditora da alimentação dessas espécies. Dessa forma, a ecomorfologia trófica se revelou uma importante ferramenta de diagnóstico das respostas das espécies às alterações antrópicas que comumente afetam os ecossistemas aquáticos de menor ordem.