A agricultura urbana e seus modos de organização: um estudo comparativo de casos em Curitiba
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Administração
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/23662 |
Resumo: | A agricultura urbana (AU) não é uma prática nova e sim um campo novo de pesquisa para a Administração, área em que os estudos sobre o tema são praticamente inexistentes. Ao longo de séculos, ela foi desenvolvida perto das famílias ou junto delas em suas casas. Contudo, por influência da Revolução Industrial, nos séculos XVIII, XIX e principalmente XX, surge a agricultura moderna, em uma época na qual se inicia um processo de deslocamento da produção para fora das grandes cidades. Tal processo é intensificado a partir de meados do século XX, período em que a Revolução Verde se impõe, evento também conhecido como Segunda Revolução da Agricultura (pós-Segunda Guerra Mundial). A despeito de tal cenário, o cultivo de plantas alimentícias no contexto urbano não deixou de existir. Fora isso, as perspectivas a respeito da temática ultrapassam a questão da produção e do consumo de alimentos, alcançando situações relativas à segurança alimentar, saúde e bem-estar das pessoas, engajamento, resiliência social e vida comunitária. Assim, realizamos esta pesquisa visando compreender como as iniciativas de agricultura em contexto urbano são organizadas e geridas. A metodologia utilizada consistiu em um estudo qualitativo comparativo multicasos. Objetivamos caracterizar a agricultura realizada por quatro organizações situadas na cidade de Curitiba, compreender os seus modos de organização e realizar comparações. As organizações escolhidas foram denominadas Assistida, Vernacular, Autônoma e Politizada (nomes fictícios). O presente estudo constatou, em relação à Assistida, que a intervenção do poder público caminhou no sentido de racionalizar, burocratizar e formalizar excessivamente ações que em essência são revestidas de simplicidade. Quanto à Vernacular, verificamos que a convivencialidade, a origem comum dos integrantes, a afetividade e a informalidade da atividade fizeram com que a família mantivesse a tradição de plantar. As Organizações Autônoma e Politizada, por sua vez, estiveram próximas em ações e propósitos no que pertine aos modos de organizar a agricultura, tendo a primeira estabilizado suas ações com base na constituição de uma vida comunitária sólida, ao passo que a segunda, mais inovadora, tem dado sinais de fraqueza justamente pela ausência de engajamento de seus integrantes. Os resultados das análises sugeriram que a técnica administrativa convencional (representada pelo poder público local) aplicada à agricultura constituiu um fator desagregador da autonomia e da convivencialidade, na medida em que ficou clara a incidência de conflitos e principalmente a ausência de reconhecimento de espaços de convivencialidade. Embora haja convivencialidade no modo de a Organização Assistida organizar sua agricultura, ela tende a ser atacada pela formalização técnica. |