Do inominável à pro-ducção de sentido: o plantão psicológico em hospital geral como utensílio para a metaforização da crise pelo trágico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Cautella Junior, Walter
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-25072012-094215/
Resumo: Este trabalho intenta tematizar a questão da crise através da prática de Plantão Psicológico, tendo como cenário o hospital geral universitário (HU) da Universidade de São Paulo (USP). Acompanhando pacientes e equipe de saúde do hospital, os psicólogos experienciaram muitas situações de crise, tais como aquelas expressas pelo gênero dramático. Suas experiências levaram a compreender tal prática por meio de uma analogia. Escolhe-se a tragédia grega como fio condutor para esta pesquisa, uma vez que este gênero literário do século V a. C. possui um caráter de transcendência histórica, trazendo em seu bojo a possibilidade de traduzir e desvelar aspectos da experiência humana nas situações críticas. Artisticamente, o drama se reporta a uma situação em que o protagonista encontra-se em uma encruzilhada do destino, submetido a uma circunstância de perda de liberdade por um advento imponderável e convocado a empunhar sua responsabilidade na direção do sentido de sua existência. A metodologia de pesquisa se assenta no olhar da fenomenologia existencial. Sendo assim, afasta-se de procedimentos ou instrumentais pré-definidos, partindo, como propõe M. Heidegger, do questionamento do ser. Elege-se a narrativa de atendimentos realizados por psicólogos plantonistas nos vários espaços do HU, apresentada através de diários de bordo, como matéria-prima para este interrogar e interpretar. Desvelou-se a crise como ruptura ocasionada por um acontecimento que irrompe na cotidianidade, levando à situação de alheamento e ocultamento de sentido pelo aniquilamento temporário da malha representacional que dá sustentação a existência. Estando lançado neste hiato, inaugura-se outra temporalidade que convoca à metaforização da crise, considerando-se o Plantão Psicológico como utensílio pertinente para possibilitar este trânsito