O impacto do mapa T1 e do strain miocárdico pela ressonância magnética cardíaca na detecção precoce de cardiotoxicidade por antraciclinas em pacientes portadores de linfoma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Costa, Isabela Bispo Santos da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-28092022-085649/
Resumo: Introdução: A disfunção cardíaca relacionada à terapia do câncer (DCTRC) é uma complicação frequente em pacientes com linfoma em tratamento quimioterápico, com consequências a médio e longo prazo. O diagnóstico precoce é necessário para evitar piores desfechos. Novas técnicas diagnósticas estão sendo testadas para detecção precoce de cardiotoxicidade. Objetivos: Avaliar a ressonância magnética cardíaca (RMC) com mapeamento T1 e strain miocárdico é útil na detecção precoce de CTRCD. Métodos: Quarenta e sete pacientes com linfoma foram submetidos à dosagem de biomarcadores cardíacos, e foram realizados ecocardiograma transtorácico (Eco) e RMC na visita 0 (antes da quimioterapia), visita 1 (após o terceiro ciclo) e visita 2 (após o término da quimioterapia). O Eco também foi realizado na visita 3 (seguimento de um ano). A cardiotoxicidade foi definida como uma queda na fração de ejeção do ventrículo esquerdo > 10% ou valores finais < 55%. Resultados: A CTRCD foi detectada em 15 (32%) pacientes. Os valores de troponina T ultrassensível elevaram-se durante o seguimento (visita 0: 0,005 ng/dL [0,003 - 0,006], visita 1: 0,007ng/dL [0,004 - 0,010] e visita 2: 0,018 ng/dL [0,013 - 0,032]; P <0,001). Os níveis de NT-proBNP não tiveram alterações significativas. Observou-se que a média da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) mensurada pelo Eco reduz-se durante o tratamento, sendo menor na visita 2 quando comparada aos outros tempos de análise: (visita 0: 63% ± 6, visita 1: 62% ± 5, visita 2: 60% ± 5, visita 3: 62% ± 6; P = 0,017). A FEVE-RMC apresentou redução nas visitas 1 e 2 quando comparada à visita 0 (visita 0: 62% ±6; visita 1: 59% ± 7; visita 2: 57% ± 7, P<0,001). Observou- se uma redução de strain longitudinal global (SLG) pelo Eco durante o seguimento (visita 0: - 20% ± 2; visita 1: - 19% ± 2; visita 2: - 18% ± 3, visita 3: - 18% ± 3; P<0,001). Houve uma redução significativa na SLG-RMC (visita 0: -16% ± 3, visita 1: -15% ± 2, visita 2 -13% ± 2; P <0,001), no strain circunferencial global (SCG) pela RMC (visita 0: - 17% ± 3, visita 1: -15% ± 3, visita 2: -15% ± 3; P < 0,001) e no strain radial global (SRG) pela RMC (visita 0: 31% ± 9, visita 1: 25% ± 6, visita 2: 23% ± 5, P <0,001) durante o tratamento. A área sob a curva para detecção de CTRCD na visita 0 pelo SLG-Eco foi de 0,48 (0,28 - 0,67; P=0,79) e pelo SLG-RMC foi de 0,68 (0,53 - 0,84; P=0,048). Na análise multivariada, o SLG-CMR basal foi o único preditor de CTRCD (OR=1,37, IC 95% 1,03 - 1,83; P=0,026). Conclusões: A cardiotoxicidade é uma complicação frequente em pacientes com linfoma tratados com antraciclinas. O SLG-CMR reduzido na avaliação pré- tratamento é preditor de CTRCD e ser deve ser considerado na avaliação inicial de pacientes com câncer sob risco de complicações cardiovasculares secundárias a terapia oncológica