Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Lousada, Ana Paula Mena |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/244610
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Resumo: |
Introdução: Sobreviventes de neoplasias que foram tratados com antraciclinas podem apresentar cardiotoxicidade tardia sem, entretanto, apresentar sinais e sintomas de insuficiência cardíaca (IC) ou redução da função sistólica do ventrículo esquerdo (VE). O estudo da função do VE, por meio de métodos diagnósticos mais sensíveis para detecção de disfunção miocárdica precoce, pode contribuir com o diagnóstico e tratamento da cardiotoxicidade em sua forma subclínica. Objetivos: Identificar sinais tardios de cardiotoxicidade subclínica nos pacientes com linfoma não-Hodgkin (LNH) que foram tratados com doxorrubicina há mais de nove anos, por meio de avaliações por ecocardiografia transtorácica com speckle tracking e teste ergométrico convencional. Correlacionar parâmetros ecocardiográficos com a a capacidade funcional estimada pelo teste ergométrico e comparação linear de perda de função ventricular subclínica ao longo do tempo. Metodologia: Estudo caso-controle, 1:2, que inclui sobreviventes de LNH tratados com antraciclina há cerca de 9,8 anos, e que foram estudados quanto a presença de cardiotoxicidade no atual momento (M3), em 2015 (M2) e 2012 (M1), e indivíduos saudáveis (grupo controle) pareados por sexo e idade. Foram avaliados parâmetros clínicos, capacidade funcional pelo teste ergométrico e parâmetros ecocardiográficos convencionais, com cálculo do strain global longitudinal (SGL). Resultados: O grupo antraciclina foi constituído por 18 indivíduos com idade média de 53,614,4 anos, 68% do sexo masculino, com dose total acumulada de 311108 mg/m2 de doxorrubicina, e 32 indivíduos no grupo controle. Os indivíduos do grupo antraciclina foram avaliados 38,55,19 meses (M1), 74,35,04 meses (M2) e 1225,19 meses (M3) após término de doxorrubicina. O ecocardiograma evidenciou menor valor de FEVE (61,57,59 vs 67,35,04; p=0,002) e SGL (-16,44,12 vs -20,53,55; p<0,001) no grupo antraciclina comparado ao controle. Houve correlação entre a variação do SGL com a FEVE no grupo antraciclina (p=0,0031), o que não ocorreu no grupo controle (p=0,142). Entretanto, considerando os valores de referência para cada método, não houve queda abaixo do normal de FEVE, o que ocorreu com o SGL. Em relação a função diastólica, não houve diferença em volume atrial esquerdo indexado (25,55,68 vs 24,57,03; p=0,600), relação E/A [0,84 (0,70-1,27) vs 1,00 (0,78-1,40); p=0,379] e relação E/e’ médio (7,712,21 vs 6,632,11; p=0,092) entre os grupos antraciclina e controle. Quando se comparou os diferentes momentos no grupo antraciclina, a análise da função diastólica do VE mostrou piora da relação E/A [0,78 (0,65-1,15) vs 0,83 (0,78-1,36); p<0,005] nos momentos M2 e M3,comparados com M1. Não houve diferença entre os momentos na FEVE (p=0,150) e SGL (p=0,690). O teste ergométrico revelou menor capacidade de exercício em MET no grupo antraciclina em relação ao controle (7,993,41 vs 12,63,18; p=0,003). Não foi observado correlação entre SGL e VO2 máximo calculado nos grupos antraciclina (p=0,151) e controle (p=0,394). A FEVE e o VO2 máximo calculado também não mostrou correlação significante no grupo antraciclina (p=0,989) e controle (p=0,145). Em relação a função diastólica, houve correlação significativa entre a relação E/e’ e o VO2 máximo calculado para o grupo antraciclina (p=0,0496), o que não ocorreu no grupo controle (p=0,0704). Conclusão: Na avaliação de cardiotoxicidade tardia de pacientes com LNH tratados com doxorrubicina há 9,8 anos, não houve sinais de cardiotoxicidade a longo prazo. Em análise comparativa com o grupo controle, apenas o SGL se mostrou significativamente reduzido. A capacidade funcional foi menor no grupo antraciclina, sem correlação com FEVE e SGL. |