Avaliação da função miocárdica pelo strain 2D em coronariopatas: correlação com a ressonância magnética cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fraulob, Suzy Macêdo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-17122019-120121/
Resumo: INTRODUÇÃO: A identificação da viabilidade miocárdica em coronariopatas com disfunção do ventrículo esquerdo (VE) tem importantes implicações clínicas, uma vez que infartos transmurais não estão associados a um melhor prognóstico após a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). A ressonância magnética cardíaca (RMC) com gadolíneo é exame padrão-ouro para avaliação da viabilidade miocárdica por permitir a diferenciação de fibrose subendocárdica da transmural. O strain bidimensional (2D) pela ecocardiografia tem sido introduzido como uma nova técnica para avaliação da função do VE. Este estudo teve por objetivo comparar o strain sistólico (strain) e pós-sistólico (SPS) pela ecocardiografia em repouso com a massa de fibrose e sua transmuralidade pela RMC com gadolíneo antes da CRM e com a recuperação contrátil definida pela RMC após a CRM. MÉTODOS: 35 pacientes estáveis com disfunção sistólica isquêmica crônica do VE realizaram o strain 2D seguido pela RMC, com um total de 560 segmentos miocárdicos, de acordo com o modelo de 16 segmentos. O strain e SPS globais e segmentares foram obtidos nos planos longitudinal, circunferencial e radial e comparados com a massa de fibrose, sua transmuralidade (0 fibrose, 1-50% fibrose subendocárdica e 51-100% fibrose transmural) e com a recuperação contrátil. RESULTADOS: pacientes com média de 61,8 ± 7,5 anos, da fração de ejeção do VE de 38,9 ± 9,4% (RMC) e 17,5 ± 14,4 g de fibrose apresentaram strain longitudinal global (SLG) e índice pós-sistólico longitudinal global (IPSLG) de 10,34 ± 1,77% e 33,96 ± 12,0%, respectivamente. O IPSLG foi relacionado ao SLG (r = - 0,777, p < 0,001) e teve melhor correlação com a massa de fibrose (r = 0,560, p < 0,005). Pela análise de regressão multivariada, a massa de fibrose foi o único preditor para o IPSLG. Pela curva ROC, o IPSLG apresentou valor de corte de 29,51% para identificação de 5 g de fibrose com sensibilidade de 69,2%, especificidade de 66,7% e AUC de 0,756; um valor de corte de 34,98% identificou 30 g de fibrose com sensibilidade de 62,5%, especificidade de 70,4% e AUC de 0,810 (p < 0,005). Para nível segmentar, o strain longitudinal (SL) e tempo para o pico do SPS circunferencial (TSPSC) foram as variáveis que detectaram fibrose transmural, com valor de corte de 8,49% e 126 ms, sensibilidade de 70,2% e 64,6%, especificidade de 66,9% e 67,7% e AUC de 0,745 e 0,722, respectivamente; a integração entre SL e TSPSC mostrou uma AUC de 0,811. Em 12 meses após a CRM, o SL foi preditor de recuperação contrátil na regressão linear, enquanto o IPSL foi preditor na regressão logística múltipla (OR 1,130, IC de 95%, 1,074 - 1,188, p < 0,001). CONCLUSÕES: o IPSLG foi capaz de estimar a massa de fibrose; a integração entre SL e TSPSC foi mais acurada em identificar fibrose transmural e o SL e IPSL segmentares foram preditores para recuperação contrátil. Esta abordagem pelo strain 2D poderia ser integrada no manejo clínico do coronariopata antes da CRM, com a finalidade de identificar segmentos miocárdicos com potencial de recuperação funcional.